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Siga o Leão...

segunda-feira, 3 de abril de 2023

 JESUS ESTEVE AQUI!


Hoje, ao tentar buscar, definitivamente, pelo meu blog Maranatha, sem no entanto obter sucesso, resolvi , então, abrir o meu primeiro blog, o Leão de Chácara. Eis que deparo com uma postagem, a última e primeira do ano passado, trazendo-me à lembrança de que eu havia postado aqui, porque o outro blog havia sido perdido, sabe-se lá quando e sabe-lá como ... mas o fato é que esta postagem data-se de 22 de março de 2020 (vide postagem anterior a essa!) e o assunto é sobre a chegada do COVID-19, seus efeitos, seus porquês e uma forte suspeita de que Jesus estaria voltando.

Não escrevi mais nada de lá para cá. Mas, aquela data chamou a minha atenção. É que no dia 22 de Março de 2021, um ano depois, tive os primeiros sintomas do Corona. Não daquele 19, que surgiu aqui em 2020, mas daquele que chamam nova variante, nova cepa ... aquele mais fortalecido que tem dizimado milhões de vida no mundo inteiro, do qual nem vou falar, para não dar moral para ele... 

Como podem notar, estou retornando a esse rascunho anterior mais de dois anos depois. Nem sei dizer o porquê de eu não ter terminado a postagem. Mas, o fato é que no dia 22 de março de 2021 estive internado no Hospital Margarida, por 9 dias, por causa do Corona Vírus.

Talvez eu possa dizer que sou a única ou uma das poucas pessoas que passou por uma "doença" sem sentir que estava doente e sem pensar que fosse morrer por causa dela... só em sonho ... Deus, me abençoou dessa maneira ... nem sei se merecia ... mas aconteceu: Na primeira noite naquele ambulatório hospitalar, onde passei juntamente com mais vinte e cinco pacientes; já de madrugada, dormindo, tomando 15 volumes de oxigênio, sonhei que estava sem ar e por isso, estava morrendo. Eu gritava por socorro e nem eu mesmo ouvia a minha voz. De repente, acordei e senti meu corpo todo ensopado de oxigênio da cabeça aos pés - foi quando notei que, sem ar, apavorado, procurava pela máscara de oxigênio, o que com muito custo e sofrimento a encontrei debaixo da maca, onde estava deitado. -  Nesse momento um enfermeiro apareceu e ajudou-me a recolocar tal máscara...

Nos outros 8 dias, a dosagem de oxigênio foi diminuindo, a saturação foi melhorando, o meu fígado que também foi afetado foi melhorando e não posso deixar de agradecer à minha esposa por todo dia sair pela rua catando picão para fazer chá e a um amigo enfermeiro que ajudou a "atravessar" o "renédio"  para mim naquela instituição, desobedecendo às "normas"....

Enfim, cheguei em casa curado da covid, porém, com uma pneumonia bacteriana para ser curada e mais de 40 sessões de fisioterapia pulmonar a serem feitas, - Naqueles dias, foi descoberto que eu tinha um enfisema pulmonar, o qual nunca foi detectado antes. 

Conclusão: Deus permitiu que eu tivesse covid, mas não permitiu que eu morresse naquela noite, para que eu tratasse de um enfisema pulmonar. Não se pode questionar os propósitos de Deus ... Estou vivo, passando bem até hoje: 04/04/2023

domingo, 22 de março de 2020


JESUS JÁ ESTÁ VOLTANDO? 


Nos últimos dias temos vivenciado uma experiência jamais vivida por esta geração em escala mundial: O Coronavírus. Um “bicho” de muitas cabeças, um filho sem pai, que está dizimando muitas vidas em nosso planeta e que ninguém sabe ao certo quando vai sumir nem como exterminá-lo. Mas, o covid-19, certamente, está fazendo com que muitos revejam as suas convicções, bem como as consequências delas. Ou não, uma vez que a humanidade, em seu ceticismo, prefere “acreditar” que isso não é nada ...

Se olharmos para as Sagradas Escrituras, crendo no que elas dizem, poderíamos dizer que a metade de nossos problemas existentes e daqueles que ainda estão ainda por vir, já estariam resolvidos; uma vez que ela nos dá a receita:

se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar,
 buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei,
perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.” ( 2 Cr 7:14)


Com certeza, a receita acima não foi usada pelo Seu povo a mais de dois mil anos atrás. JESUS “passou por aqui” reafirmando os propósitos do Pai para a nossa vida. Ele morreu naquela cruz, por mim, por você e por todos nós. Ressuscitou, subiu aos céus e prometeu voltar para buscar a sua igreja.

Jesus disse que a sociedade se tornará crescentemente ímpia e imoral à medida que se aproximasse o tempo de Sua volta. De fato, Ele disse que se tornaria tão má quanto nos dias de Noé (Mateus 24:12, 37-39).

O apóstolo Paulo pintou um pavoroso retrato da sociedade dos tempos do fim em 2 Timóteo 3:1-5. Ele diz que ela será caracterizada por três amores: o amor a si mesmo (Humanismo), o amor ao dinheiro (Materialismo) e o amor aos prazeres (Hedonismo). Ele então aponta que o pagamento por esse estilo de vida carnal será o que os filósofos chamam niilismo, isto é, a sociedade se atolando em desespero. A mente dos homens se tornará depravada (Romanos 1:28), e as pessoas chamarão ao mal de bem e ao bem de mal (Isaías 5:20).

Os sinais do fim dos tempos estão estampados diante de nossos olhos, enquanto observamos nossa sociedade rejeitar a herança Cristã e mergulhar em um poço infernal de impiedade, imoralidade e desespero.

Tais sinais se evidenciam também nos chamados fenômenos da natureza, no advento e no progresso da tecnologia, bem como na nova ordem da Política Mundial; sendo este último talvez a mais atual das suspeitas por alguns teólogos, profetas do mundo atual e porque não dizer, alguns achólogos...

Os sinais dos tempos estão sobre nós e estão gritando por nossa atenção. Você está pronto? Se Jesus voltasse hoje, seria Ele sua “Bendita Esperança” (Tito 2:11-14) ou seria o seu “Santo Terror” (Apocalipse 6:12-17)? Se você nunca O recebeu como seu Senhor e Salvador, agora é o momento de agir. Arrependa-se de seus pecados e clame o nome do Senhor para que possa ser salvo (Atos 2:14-39).

E se você é um Cristão, está vivendo como se Jesus pudesse voltar a qualquer instante? Você dedicou a sua vida à santidade? Você está orando pelos perdidos e testemunhando do Senhor quando tem oportunidade?
Você está ansioso pelo retorno do Senhor? Você pode dizer como Paulo que é um candidato a uma “coroa de justiça” porque tem vivido sua vida “no amor de Sua vinda” (2 Timóteo 4:7-8)?

Pois é, meu irmão, seguir Jesus é um grande desafio, principalmente no mundo de hoje. Mas Ele continua a nos chamar, a nos convidar, porque Ele nos quer junto d’Ele: “E se eu for e vos preparar um lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo; para que onde eu estou, estejais vós também”.( João 14:3)

Enfim, os fatos assinalam para a Sua volta ... Não sabemos nem o dia nem a hora ... mas, a bíblia nos ensina: "...Igualmente, quando virdes todas essas coisas, sabei que ele está próximo, mesmo às portas."(Mt 24:33)

Que as provações que estamos vivendo nos tempos atuais sirvam para reforçar que pertencemos a Deus, mesmo neste mundo que está sob o poder do Maligno, (1 Jo 5:19) pois, somente o Senhor é fiel e é ELE quem nos fortalecerá e nos guardará do Maligno. (2 Tes 3:3)




A TERCEIRA LIÇÃO



Sinto-me à vontade, não tanto quanto Raul Pompéia em sua obra “O Ateneu”, para falar um pouco da vida passada no Colégio Estadual, apesar de não haver tanta semelhança entre os dois. Mas, a saudade muitas vezes traz à tona lições de vida nunca esquecidas e a lembrança do trabalho sério e incansável daqueles “mestres” que se não nos ensinaram para aquele tempo, com certeza serviram de bússola para nós nos dias de hoje: Seu Chaves, Seu Nilson, Seu Hérbio, Geraldo Damasceno, Lucilo, Gabriel, Taninha, Bequinha, Izaías, Celeste, Dona Nini, Dadinho, Dona Lucília, Seu Geraldo Arantes, Júlia Leocádia, Dona Neguinha, “Chico Preto” e outros mais, que a memória não me permite lembrar.

Com certeza, o clímax na escola nunca começa no início da aula, sim na hora do recreio e no Estadual não poderia ser diferente. Seu Durães, o disciplinário, de pé, com os braços cruzados, permanecia inerte. Apenas os olhos vigilantes que quase saindo de órbita, ora rodopiavam, ora ficavam de soslaio. E a meninada descia as escadarias do Estadual às correrias para o “rango”. Ao chegar ao pátio começavam as brincadeiras de roda, os piques e porque não, as brigas (como sempre), os namoricos e a famigerada fila; o que até hoje não acabou nas escolas. Aliás, vamos pegar fila até o fim de nossas vidas, porque a modernidade ainda não inventou outra forma de organização... e continua sendo o primeiro da fila aquele que chega primeiro. 

O Gérson, filho de Seu Caldeira, prestava-se a adivinhar qual ônibus acabara de subir o morro da praça do cinema, que ao ouvir o barulho do motor dizia: “Este é o número 5 da Vila Tanque”. E era “batata”! Acertara mais uma vez, e no meio destas contava aquelas piadinhas picantes e/ ou pesadas que só ele mesmo sabia contar com tanta competência.

Bate o sinal. Termina o recreio. Voltamos à sala de aula. O professor faltou (hoje é mais comum...) e a turma quebrou o pau... Quase jogou a sala no chão... De repente, eis que chega Seu Geraldo Arantes, professor de Educação Física, que quase nos matava de tantos exercícios físicos; bola mesmo, “necas”... Os tempos mudam... E por causa da bagunça, nós, da sala 23, tivemos que copiar dez vezes o Hino Nacional Brasileiro. Bendita cópia! Só assim aprendi a cantar o nosso hino de cor.

Em seguida, veio a aula de ciências com “Chico Preto”, com argüição e tudo o mais, inclusive, acredito eu, que tenha sido ele o inventor de “empréstimo de pontos”, para que não ficássemos com nota vermelha. Por incrível que pareça, nesse dia, gozador como ele só, pegou o Chiquinho da Telemig, dançando tango com uma vassoura que acabara de pegar atrás da porta da sala, e não é que o danado do Chico Preto colocou Chiquinho para dançar (e cantar) com a vassoura na frente de todos...!?

Bate o sinal novamente. Este até hoje é o sinal mais esperado pelos alunos. Acabou a aula e a coisa sobrou para mim. O “Boneca”, aquele cabeludo e magricela da “Cidade Alta”,  resolvera  juntar os outros colegas para tirar o meu sapato, uma vez que eu o havia importunado com alguma brincadeira que o mesmo não teria gostado . E lá se foi o meu Vulcabrás pelos corredores da escola, de pé em pé, no meio daquela turba alvoroçada para chegar em casa, até chegar aos primeiros degraus da escada; e eu gritava: “na escada, não! Seu Durães vai pegar...” E eles, nada... Continuaram chutando o pé esquerdo do meu sapato e eu correndo como um saci para não sujar a minha meia branca. Que catástrofe! O sapato foi parar aos pés do professor Vicente Soares, diretor da escola, e dali  direto para sua mesa, à minha espera, quando então recebi mais uma lição: “Se você quer ser respeitado, dê respeito.”              
                                                                                                                                         Então os anos se passaram. A turma terminou seus estudos e cada um seguiu o seu caminho. O Colégio Estadual continuava de pé, abrindo suas portas para receber outros alunos, até que um dia, o sinal emudeceu, os corredores e as escadarias ficaram desertas, desaparecendo assim o Estadual e junto com ele o Cine Monlevade, a Rádio Cultura, o Bar Para Todos, o Ideal Clube, o “Naite Clube” (União Operário), a Praça do Mercado, o Grêmio, enfim, a vida do centro de Monlevade esvaiu-se. Tudo volta para o seu legítimo dono: A Belgo Mineira. E ninguém fez nada para impedir. Nem eu...

Esta foi a terceira lição...

teeer

terra

terça-feira, 7 de janeiro de 2020



DE VOLTA AO PASSADO

“- Atenção passageiros da linha 151 com destino ao bairro Santa Cruz, preparem-se que o ônibus já está chegando...”- dizia o moleque em tom de gozação àquelas pessoas, que depois de um dia cansativo de trabalho esperavam impaciente o lotação. Lá estava eu, depois de tanto tempo, não para ir para a minha casa, pois já havia mudado para Carneirinhos em 1981, onde me casei e constitui família; e sim, para matar saudade daquele lugar que, antigamente, era conhecido como centro de Monlevade, e hoje, como centro Industrial. Mas, exatamente eu estava indo para a rua Tapajós, onde nasci e vivi os primeiros 23 anos de minha vida.
Depois de me acomodar numa cadeira ao lado da janela, meu pensamento voou longe, desenhando em minha mente mil imagens remanescentes do passado: as estradinhas feitas no barranco; as peladinhas no campinho, incluindo as brigas com Dimas Bodão e os tapas-canoa que me davam por não saber jogar na linha, acompanhado de uma severa ordem para que eu fosse "pegar no gol"; as brincadeiras de “soldado-ladrão”  na gameleira e pique-bandeira; o jogo de finca e bolinhas de gude no triângulo – um trevo onde não havia praça, em frente à ponte de madeira que já não existe mais; o tobogã que constantemente se instalava na praça da igreja, onde eu brincava em troca de trabalho; os preparativos e os festejos da Semana Santa na Gruta da Igreja, incluindo barraquinhas, calvário, queima do Judas e as procissões que iniciavam na Igreja São José Operário, atravessavam  a ponte de madeira da minha rua, indo para a rua Tocantins, Beira Rio e depois retornavam pela outra ponte de madeira, perto da rodoviária; as idas ao campo de futebol do Jacuí e o retorno pela linha de trem até chegar à Estação; as aulas e as traquinagens no Santana e no Estadual;  
o bar Café Rex, que ficava localizado às margens do rio Piracicaba; o bar do seu Daniel e de seu Simões; as pescarias no Piracicaba, onde hoje só serve para dar banho em minhocas; as matinês no Cine Monlevade; os programas de auditório da Rádio Cultura, onde cantei em público pela primeira vez; os bailes carnavalescos do Ideal Clube e os carnavais de rua; os desfiles de 7 de setembro com parada militar e tudo; a assistência médica, onde a Dra. Déa me atendia carinhosamente; o Grêmio, onde eu só entrava às escondidas, principalmente, quando havia festivais de música, como o inesquecível Festiaço; a praça do mercado com o armazém e os burros do Geo, mercearia Bandeirantes, Casa Jaime e Maluf, a loja do "Zé Gordo" e do Nova Lima, Sô Juquinha, O Empório Monlevade, a farmácia do Juventino Caldeira e, principalmente a feira em frente à delegacia de polícia, onde a figura folclórica do Seu Enéas fazia-se sempre presente, tocando aquela flauta cunhada num pedaço de bambu como que se quisesse atrair os fregueses para a feira; os recreios noturnos no “Bar Para Todos”; etc., enfim, as lembranças de um povo sofrido, simples e trabalhador que ajudou a fazer da Companhia Siderúrgica Belgo Mineira o que hoje ela é: a Mittal. E olhando aquelas pessoas que estavam retornando para suas casas, lembrava-me do percurso que eu também fazia quando lá morava... 
Então, desperta-me das lembranças o barulho do trem por cima do viaduto, avisando-me que eu estava chegando ao meu destino ou quem sabe, como se quisesse despertar-me das lembranças do passado...  mas o efeito foi contrário: Antigamente não havia aquele viaduto e, sim, uma guarita, onde atravessava para buscar leite e mingau no “Lactário”, para ir às praças do mercado e do cinema...  e  não vi o outro viaduto, aquele que representava o arco do triunfo, a passagem para o berço da história cultural, comercial e industrial de nossa cidade; hoje transformado em uma grande muralha, fechando assim, a porta do passado, guardando as minhas relíquias e de toda a juventude daqueles áureos tempos, que se transformaram em histórias sem imagens para os meus filhos...

 Ao descer o morro do “Rampa´s”, notei que os prédios do Cassino e  Hotel Siderúrgica já não eram como antes...  mais pareciam essas casas mal-assombradas de filmes de terror, com teias de aranhas e poeira para todo lado. A minha memória leva-me à frente deste hotel, onde eu ficava engraxando os sapatos dos hóspedes e cantando: “ Olha o lustro carioca que não mancha e nem reboca...”. Em seguida, lá estava o Hotel Monlevade, que depois de muito tempo fechado, só serviu para abrigar o Sindicato, posto de saúde, barbearia, etc. ...
Desci no ponto da Igreja e a primeira visão me fez delirar: a matriz São José Operário, com mais de meio século de vida... e penso que pelo menos alguma coisa não havia mudado de 30 anos para cá...  E a segunda  estarreceu-me, pois sob o céu acinzentado lá estava o dragão a soltar fogo e fumaça pelas ventas, que se agigantou em nome do progresso e ao mesmo tempo, em nome desse mesmo progresso, reduziu a necessidade de mão de obra. Então começo a experimentar aquele sentimento, aquela sensação de perda, de uma vazio tão grande, o que foi acrescentado pela lembrança da casa dos Ferreira, à rua  tapajós, 599: a minha casa. Lembrei-me da luta travada de meu pai para transformar aquela casa de três quartos em sete para abrigar a família de 15 filhos, que já não eram mais crianças em 69... Mas que depois, com a sua mudança para a morada do pai celestial, nossa casa serviu apenas para guardar as boas recordações que já haviam perdido o seu valor sem a presença de seu construtor...  É difícil saber se vale a pena construir uma casa para mais tarde ser povoada por fantasmas...
Enfim, comecei a rever a vizinhança: D. Sinhá de Sô Dário, Seu Oswaldo de D. Maria, Seu Benedito, D. Lilita de Seu João Carneiro, D. Geni de João Tôrres, D. Quinita, Dona Edite, "Bengala", Dona Lilia de Seu Etelvino, Seu Pedrinho, Seu Balbino, D. Maria de Seu Adão, D. Mariinha, Seu "Zé Pinheiro", Seu Antônio de “Donieta”, Dona Geni de seu Mulatinho, Dona Sussuca, Seu Baldêz, Seu Geraldo Biscoitinho e outros mais. Não sei dizer se estavam todos bem, pois muitos destes já se foram para a eternidade; outros mudaram para outros lugares e por receio de descobrir que poucos permaneciam morando lá, não bati na porta de ninguém. Preferi guardar na lembrança a imagem de todos do jeito que eram, pois vivíamos todos como se fôssemos uma só  família, quando até mesmo não se construía muros para separar uma casa da outra e vizinho era o parente mais próximo...
Então peguei o ônibus e retornei a Carneirinhos com a certeza de que esta minha viagem ao passado me havia feito valorizar mais o presente, pois no futuro o presente poderá ser um passado tão inesquecível quanto este que acabo de remontar.
(Afonso Alves Ferreira)

sábado, 20 de janeiro de 2018

A MUDANÇA ESTÁ DENTRO DE NÓS




31 de dezembro de 2014. Estava eu na 2ª Igreja Batista há apenas 2 horas para o início de um novo ano. Depois de vários cânticos maravilhosos e certeiros, entoados pelo grupo de louvor daquela igreja, veio aquela Palavra e porque não dizer  aquela carapuça, que por várias vezes amarro e não sei por quê, depois de algum tempo se solta ...

A Palavra estava no livro de êxodo, a história da luta engajada por Moisés para libertar o seu povo das garras do faraó do Egito. Deus dizia para ele ir diante do faraó e dizer que estava em nome dEle e que era para o faraó  libertar  o  seu povo. Mas Moisés dizia a Deus: Quem  sou  eu e que autoridade tenho eu para fazer com que o faraó me  obedeça?  E Deus insistiu tanto com Moisés, até que depois de várias tentativas, ele conseguiu seu  intento.

Esta história muitos de nós conhecemos, mas onde quero chegar é na reflexão que nos foi oferecida naquele culto de fim de ano, quando muitos de nós pedimos que o novo ano  seja melhor que o anterior, como se o simples fechamento de um calendário para abrir outro resolvesse nossos problemas por si só.  Muitas vezes esquecemo-nos que se há necessidade de mudanças, ela parte de cada um de nós, do nosso engajamento, da nossa humildade em reconhecer as nossas falhas, enfim, da nossa fé...

Voltando à história de Moisés, que não deve ser muito diferente da nossa, imaginem se ao fugir do Egito para o deserto, depois de matar um egípcio, Moisés morresse de fome e sede no deserto. A sua história terminaria ali ... Mas, não. Deus tinha um propósito na vida de Moisés, antes mesmo de nascer. Moisés, colocado num cesto rio abaixo para não ser morto pelos soldados a mando do faraó, que temia a vinda do Salvador era, na realidade, uma promessa de Deus para libertar o povo Hebreu. Da mesma forma que Deus tinha um propósito para a vida de Moisés, Ele tem para nossa.

Portanto, cada um de nós tem uma história ... uma história que só pode ser escrita por cada um de nós, sob a luz divina. O começo já está escrito. O fim vai ser de acordo com o meio. Assim sendo, cada um de nós tem que descobrir quem somos nós, o que fazemos, para que fazemos e onde queremos chegar.

Os anos se passaram e esta postagem permaneceu incompleta e no rascunho. Visitei este meu blog adormecido incontáveis vezes, parado na última postagem; a mais polêmica. Polêmica, porque "mudei de ideia muito rapidamente", na apreciação de tantos que viviam curtindo tudo que eu escrevia. Lógico, o que eu escrevia era o que os agradava e eu ainda não havia "errado". Errar não é nada fácil. E como o meu "erro" na concepção dos meus, naquele momento, carrascos, é imperdoável. Ganhei muitas pedradas.
Eu estava em processo de mudança, sim. Por isso, eu estava "errado". O tempo é o senhor de ...

A minha sensatez não me permitiu devolver aquelas pedras. Eu as recolhi, uma a uma, e construí uma barreira, uma espécie de redoma, o que me fez seguir em frente, magoado, mas tranquilo, feliz, orgulhoso, dedicado àquela causa confiada a mim...

A partir dali passei a experimentar uma nova vida longe dos holofotes das redes sociais; aquelas luzes foram se apagando e  aquele leão, transformado em gatinho pelos meus carrascos, escondeu-se em sua cova e se alimentou daquelas pedras, lapidadas em humildade, serenidade, sensatez e, principalmente, espiritualidade.

Quando me senti preparado, retornei com um outro blog, numa versão totalmente renovada. A partir do conhecimento da Palavra busquei um outro público, aquele que está sempre sendo apedrejado por falhar e reconhecer que é também um pecador e precisa ser resgatado. Então surgiu o malureventos.blogspot.com.br - Maranatha. Enquanto isso, o Leão de chácara adormecia ...

Os anos continuaram passando, até que chegou dezembro de 2016. E aí, uma nova mensagem de fim e início de um novo ano me ensinava: O ano que vem vai ser melhor! Aprendi que esta mudança está dentro de nós, mesmo. Aprendi que para que algo melhore, alguma mudança tem que acontecer e se eu mudar, tudo muda; ou seja, os últimos anos foram bons e o próximo tem tudo, realmente, para ser melhor. Experimentei tantas coisas maravilhosas neste hiato da minha vida: Enfrentei diversos desafios, nunca encontrados, na minha vida profissional; encontrei e aprendi a conhecer um Deus que me mostrou, claramente, que me ama; criei um novo blog; aposentei-me sem pendurar as chuteiras; tornei-me avô ... esta última, uma das melhores coisas que me aconteceram ...

Pois é, ... tudo isso levou-me a começar a despertar o LEÃO. É que desde o seu nascimento houve uma identificação entre nós que passa pela foto que representa o meu perfil no Google às características deste novo Leão despertado; um leão domado por Deus que, por mais que pensem o contrário, não perdeu nenhuma batalha. Aquele leão de chácara, vigilante, acusador, atrevido, arrogante e metido a besta não existe mais... Ele teve o seu tempo e a sua validade já venceu ...

Nasce um novo Leão. Se vocês não gostarem é uma pena!







quinta-feira, 16 de julho de 2015

UMA NOVA VIDA

Hoje, depois de 1 ano e meio da última postagem, tomei coragem para uma nova postagem.
Desde o dia do meu último aniversário, quando recebí uma declaração de amor, não um amor qualquer, mas um amor filial, da minha filha mais velha, venho sofrendo as últimas dores de um parto; fortes dores boas de um parto que me fizeram, definitivamente, refletir, como as pontas dos dedos sobre um teclado devem ser usadas para o bem ...
Mais recentemente, quando fui batizado na 2ª Igreja Batista, recebo uma nova declaração de amor; desta vez, da minha "rapinha" de apenas 8 anos de idade, toda orgulhosa pela minha nova fase cristã e com ares de boa conselheira vivida, em sua linda mensagem de amor para mim.
Nestes tempos, tomei horror da rede social, uma vez que compreendi e aprendi que o meu telhado também é de vidro, pois desde o primeiro dia de julho de 2011, quando criei este blog , usei-o com o objetivo, na maioria das vezes, de criticar as administrações de nossa cidade e de polemizar questões políticas, trabalhistas e sociais com palavras chulas, ferindo as pessoas envolvidas, atraindo curtições e compartilhamentos, sentindo-me o "entendido", o "soberano" ... pura ilusão ...
Talvez, você que está lendo esta postagem esteja pensando que mudei de ideia rapidamente em troca de um cargo melhor... Não se engane! Não me arrependo de uma linha sequer escrita neste blog. Arrependo, sim, do mau uso da escrita, dos termos pejorativos usados, das palavras que se transformavam em flechas; flechas estas, que por sua vez,  transformaram-se em boomerangue, ferindo-me com igual ou maior intensidade que aquelas atiradas por mim naqueles assessores e naqueles administradores.
E quando alguém jogou pedra no meu telhado, sem me questionar o porquê da minha decisão de aceitar o convite para dirigir a EMIP, boa parte daqueles que curtia e compartilhava as minhas postagens achou bonito e "curtiu", "compartilhou" e "comentou" ... tudo como antes ...
E o meu "eu carrasco" preferiu se calar ... refletir e me redimir diante daqueles a quem eu ferí, aos quais peço perdão publicamente e o farei, ainda, pessoalmente.
Hoje, continuo não representando ninguém. Sou o gestor de uma escola que me desafia a todo o momento a procurar ser melhor do que era antes, procurando dentro do coletivo buscar novos rumos para um barco que estava à deriva, enfrentando tempestades e as águas revoltas do mar, atendendo a um chamado de Deus.
E, voltando ao princípio desta postagem, agradeço a vocês, Luanna e Rebecca, minhas filhas amadas, que com toda simplicidade, ensinaram-me mais uma vez, uma grande lição de amor, fazendo-me olhar para dentro de mim mesmo e reconhecer ainda mais as bênçãos que Deus tem derramado em minha vida, incluindo estas duas bênçãos que só Deus pode dar a esse pai coruja: Duas filhas como vocês!
Durante este período, fui apoiado, principalmente por aqueles que não quiseram saber das façanhas do Leão de Chácara, mas sim da chance que Deus me deu para procurar me redimir de meus erros do passado...e como estas pessoas têm me ajudado!
O Leão de Chácara de hoje  tentará não ser o mesmo do passado. Ele vem sob a proteção da couraça da fé em Cristo Jesus, da espada da Palavra e do capacete da sabedoria.


sábado, 30 de novembro de 2013

NA CONTRA-MÃO DA DEMOCRACIA 

A criação do Estatuto do Magistério, lei 920/89, do qual sempre me orgulhei de ter dado a minha contribuição como servidor e diretor do SINTRAMON, foi uma conquista de suma importância para nós, professores municipais. Acrescente-se aí, e bastante, a preocupação do Prefeito Leonardo Diniz e de seu vice e também diretor do Departamento de Educação e Cultura, Prof. Antônio de Paula, em deixar este grande legado de valorização para nós.

Em 1993, já na administração de Bio, a citada lei foi violentamente execrada, conforme postagem anterior. A partir daí todo o mundo meteu a mão na lei sem, no entanto, trazer prejuízos para a classe..
Em 2011, o Prandini tentou nos prejudicar, mas deu com os burros n'água, uma vez que  não tinha a maioria na câmara.

20 anos se passaram e, mais uma vez, vem um rolo compressor e nos espezinha. Desta vez, um pouco diferente, já que os dois últimos movimentos paredistas serviram para nos fortalecer ainda mais e conhecer melhor com quem estamos lidando, dando-nos um pouco de auto-confiança, fazendo-nos acreditar que estaríamos incólumes. Ledo engano.

Para se fazer "diferente", já que o diálogo também não faz parte da atual administração, a Câmara de Vereadores "aceitou" conversar com o sindicato e comissão de professores ... pura enganação. Não vou nem entrar em detalhes. Todos nós já sabíamos no que ia dar ...

Com tal atitude, mais uma vez, vereadores da situação e administração municipal perdem novamente, deixando respingar em toda a comunidade escolar as consequências de suas intransigências.

As mudanças que ocorreram na lei, no fundo, poderiam até serem bem vindas, com diálogo, democraticamente discutidas e analisadas com os principais interessados: professores que já estão na lida há um bom tempo e que terão de conviver com a lei bem mais tempo, do que uma administração pública e uma câmara de vereadores politiqueiras, que estão de passagem por apenas mais 3 anos ... Sim, porque do jeito que está, 3 anos já vão ser demais ...

Diante de tudo o que aconteceu e o que tem acontecido, a estas alturas do campeonato, não seria má ideia os possíveis candidatos, o que agora é sabido que diminuíram bastante, não mais se candidatarem, já que pela lei atual o pré-requisito à candidatura é estarem alinhados com o projeto político do prefeito; caso contrário,se eleitos, serão depostos. Ora, se eu não aprovo o projeto educacional (Existe?) da atual administração, não posso votar em nenhum candidato. Daí, é melhor que a administração indique os diretores para as escolas municipais, já que ela prefere andar na contra-mão da democracia.

O mais interessante de tudo isso é que não há nenhum artigo da lei 920/89, onde se trata deste tal "alinhamento severo" com a administração pública e, por mais que houvessem divergências entre direção e secretaria de educação, elas nunca impediram que houvessem alinhamento com os seus projetos.

Esta história, que se repete, ainda não terminou. O próximo passo da administração, em conluio com a maioria dos vereadores, será na próxima data-base: acabar com aquela diferença entre os 6 níveis salariais. A partir daí, só Deus sabe, porque "tudo que começa mal, termina mal". Assim sendo, repito o que postei no início do ano: A educação municipal não será a mesma ...


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

... E A HISTÓRIA SE REPETE ...



O Estatuto do Magistério Municipal foi criado na administração de Leonardo Diniz. Naquela época, o prof. Antônio der Paula, vice-prefeito e diretor do Departamento de Educação e Cultura, convidou o Sintramon para, junto aos servidores, formular um estatuto que atendesse os nossos anseios. E assim, depois de muitas reuniões e debates, nascia a lei 920 no dia 10 de julho de 1989.

Pensando na importância daquela conquista e preocupados para que ninguém “metesse o dedo”  alheatoriamente na lei, no capítulo XV- das Disposições Finais e Transitórias - havia o artigo 66 que dizia que “ Este Estatuto só poderá sofrer alguma alteração mediante Projeto de Lei ao Legislativo, após a aprovação por uma comissão paritária formada de representantes da Administração Municipal e professores eleitos pela categoria.”

Em 30 de agosto de 1993, o prefeito Germin Loureiro, a pedido da secretária de educação prof. Geralda Maria Nunes Machado, uma vez que a mesma pretendia fazer mudanças no estatuto contra a vontade dos professores, enviou à câmara municipal um projeto de lei alterando dispositivos da lei 920/89, no artigo 66, passando o mesmo a vigorar com a seguinte redação:  “ Este Estatuto só poderá sofrer alterações mediante Projeto de Lei ao Legislativo, de iniciativa dos órgãos competentes, ou por sugestão de Comissão representativa dos Servidores da área Municipal de Ensino”.

O mais interessante é que uma das mudanças, naquela época, tratava-se exatamente das regras da eleição para diretores de escola. Aquela administração mexeu na lei, por achar que o voto dos servidores teria que ter um peso maior que o da comunidade escolar (pais e alunos).

A administração atual pensa que o voto da comunidade escolar tem que pesar mais, por isso o prefeito enviou à Câmara Municipal um projeto de lei, mudando as regras da eleição de diretores das escolas públicas municipais, além de outras mudanças, dentre elas, dedicação exclusiva do diretor, mesmo sabendo que o salário do diretor é igual ao do professor.

Por mais certo ou errado, a verdade é que depois daquele acordo coletivo conturbado, temperado com greves, intransigências e truculências, a administração atual insiste em “desagradar” ainda mais a categoria, mudando a lei mais para atender aos seus interesses políticos que “consertar” o que, na conjuntura atual, não precisa de conserto e, pior, sem diálogo com os educadores.

O resultado da votação na câmara não será novidade: 9 X 2.Com certeza, será mais um motivo para o povo demonstrar a sua insatisfação com o conluio entre os poderes executivo e legislativo. A câmara municipal só não é tão ruim quanto a administração do Teófilo, de acordo com a pesquisa recomendada pelo jornal “ANOTÍCIA”, porque, ainda, há dois vereadores tentando sobreviver às imposições do clã dos Torres e CIA.LTDA.

Desta forma, o nosso estatuto, elaborado democraticamente, passou a ser um “brinquedo” nas mãos dos assessores de educação e vereadores. E depois dessa, poderemos esperar por outra mudança: aquela da diferença salarial entre os níveis P1 a P6, que a administração anterior tentou e só não conseguiu por não ter a maioria na câmara.

A história é a mesma, protagonizada por outros...




quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Blog é algo bastante interessante ... Já há um bom tempo que venho tentando escrever alguma coisa ... e nada. Nada de inspiração mas que, quando muito, fica somente rascunhado na minha imaginação ... A aproximadamente 3 semanas mesmo, tentei escrever sobre a vida ingrata do "ser professor" para homenagear os "mestres" em seu dia, mas acabei deletando tudo, porque achei que daquela forma estaria desabafando demais e pensei: ninguém merece ler isto ... aliás, ninguém merece ... ser professor!
Quatro dias antes daquela empreitada, havia iniciado o fim do meu processo de alforria: minha aposentadoria. Como foi doído ...  Doído saber que depois de trinta e cinco anos servindo à educação, com um salário equiparado ao teto que o INSS paga, é possível perder até 40% dos vencimentos, porque ainda não tenho 60 anos e porque as leis criadas pelo governo federal, em benefício do educador celetista, não são reconhecidas pelo citado instituto, necessitando entrar na justiça para fazer prevalecer o meu direito ... Assim como a lei 11.738/2008, que instituiu o piso salarial do magistério, não tem sido cumprida pelos governantes e, pelo que se sabe, não vai dar em nada, uma vez que o compromisso com investimentos na educação é bem menor que a "ousadia" da lei ...
Depois desta, torna-se, ainda, mais que impossível acreditar que o governo, o legislativo e acrescente-se aí o poder judiciário, tenham algum compromisso com o cidadão brasileiro ...
E aí, enquanto as coisas não se resolvem, de sala em sala, vou catando os meus próprios cacos, na tentativa de remontar os meus projetos futuros, sem perder a dignidade e acreditando que naquele fim de túnel haja uma luz ... uma luz, mesmo que seja tênue ...

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

FIQUEI BEGE...

Ultimamente, venho observando como as cores vem tomando conta do nosso mundo. Para ser mais exato, tudo começou  a partir do governo Collor de Mello. Quando se queria identificar um simpatizante de seu governo, dizia-se "colorido", em tom jocoso.
As cores das bandeiras dos times de futebol se evidenciaram mais: Torcida Azul Celeste, Nação rubro-negra,, camisa alvi-negra, bandeira alvi-verde, etc.
Na comunicação de um modo geral, sempre deparamos com algumas frases de efeito, das quais ajuntei os retalhos para o tecido abaixo:

O povo de Monlevade está ficando ROXO  de raiva com a administração AZUL e AMARELA, liderada pelo Teófilo Tôrres. É que a coisa está ficando cada vez mais PRETA para ele. Quando assumiu a prefeitura achou que estava tudo AZUL ... lêdo engano:  encontrou a administração no VERMELHO, dívidas deixadas pelo partido VERDE, o que o deixou  BRANCO de susto. Mas, mesmo assim, o prefeito acabou AMARELANDO diante daquele abacaxi, pegou todo o dinheiro que encontrou e pagou boa parte da dívida encontrada.
A partir daí a imprensa meteu o pau, o que foi logo sendo rotulada de imprensa MARROM. O presidente da câmara municipal não perdeu tempo também. Diante da campanha do grupo Por Amor, intitulada Outubro Rosa, mandou colocar lampadas da cor ROSA na fachada da casa legislativa, em apoio ao trabalho daquela instituição
.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

OUTRA ESTÓRIA PRÁ BOI DORMIR...



Toda  vez que  abro o meu blog e vejo que há muito tempo  não escrevo nada, tento buscar lá no "âmago do meu ser" alguma coisa interessante, nem que seja uma pérola para transformá-la em algo mais extasiante, como o lapidar de um diamante ... Não sei o porquê, exatamente, de, às vezes, sentir uma falta imensa de escrivinhar algo e, quando falta inspiração, o próprio dedilhar neste teclado, abre-me uma perspectiva de estar buscando algo que vai se desvendando à minha frente.

Finalmente, acabo de me lembrar de um causo que, há uns tantos anos atrás, quando o Tim Mirim fez a caridade de pegar umas aulas de português lá no CEJM, contou para mim. Para começar, é preciso salientar que o mestre dos causos letrados, era uma pessoa de uma humildade franciscana, mas não gostava de ser passado prá trás; aliás, quem gosta, não é? Mas o Tim era demais ... Confidenciou-me, certa vez, que o Otávio Viggiano, o Tavim da Revista Mostrar, havia pedido a ele que lhe mandasse para uma edição especial da revista, um pequeno conto, em vez de um causo, como de costume. O Tim, encucado com tal pedido, sem muita justificativa, resolveu atender àquele editor. 

Assim sendo, inspirado naquele pedido inédito, deitou o escritor a escrever naqueles garranchos inconfundíveis, um conto de aproximadamente 6 laudas, o que desdobrou em, praticamente, 3 páginas da citada revista. O Tavim, vendo que a tal crônica tomaria muito espaço, começou a tesourá-la ... Ao findar os cortes e já com a "boneca" pronta e com o texto bem encaixado, o Tavim envia o que sobrou do conto para a bênção final do Tim. Algumas horas depois, o Tim, depois de cortar algumas coisinhas e acrescentar outras, devolve o material para aquele editor, agora, sob um novo título: O Causo do Corte de um Conto.

Não me lembro se o Tavim editou aquele "Causo"... mas sei que eu não tenho nenhum problema com espaço neste blog. O problema meu é mesmo a falta de memória ... e estou achando um absurdo terminar esta história por aqui, sem ao menos lembrar do título do conto ou até mesmo de que se tratava aquele conto do Tim Mirim. Assim sendo, vou contrariar aquela máxima de que "quem conta um conto aumenta um ponto", senão vai virar história para boi dormir ...

sábado, 21 de setembro de 2013

ONDE ESTÃO OS OUTROS NOVE?


Cada dia que se passa acredito menos na classe política. Talvez o leitor pense que estou escrevendo, aqui, o óbvio, o que todo o mundo está cansado de saber. Mas, é preciso que batamos nessa mesma tecla, sempre, no sentido de fazê-lo refletir não somente sobre a importância de sua escolha, como também sobre a necessidade de acompanhar o "trabalho" daqueles que você elegeu e cobrar dos mesmos um compromisso com a coletividade.

Vejamos, por exemplo, o poder legislativo de nossa cidade: O que cada edil tem feito do seu mandato? Atualmente, o que se tem observado é que há, sim, nove vereadores legislando em causa própria, uma vez que eles estão a serviço dos interesses do prefeito, seja por afinidades partidárias, seja em troca de favores pessoais e políticos, esquecendo-se de que estão alí para representar os anseios do povo, mesmo que seja contrário à sua magnânima vontade ... viu, Djalma Bastos?

Recentemente, os servidores municipais, em campanha salarial, o que detonou em alguns dias de greve, seguidos de aproximadamente 4 meses de operação tartaruga, não tiveram o apoio do, já conhecido, G-9. Este famoso bloco de sustentação do governo municipal é composto pelo Djalma Bastos, Tuquinho do Povo (?), Carlos Gomes, Vanderlei Miranda, Zé Lascado e por Teles Superação(?), Fabrício Lopes e o PROFESSOR Lélis que, possivelmente, tenham sido eleitos com o voto dos "companheiros de trabalho" da prefeitura, além de Guilherme Nasser, que até no ano passado preocupava-se com o bem estar dos servidores.

Realmente, a cidade de JOANA Monlevade se transformou na casa dos filhos da mãe, mesmo ... a ponto de os nove vereadores autorizarem a troca de um lote em área nobre do Aclimação por um pedaço de barranco lá no Ipiranga. Em atendimento a quem? A um eleitor especial do Vanderlei Miranda. E se você, leitor, tiver um terreno na lua é só pedir aos NOVbrEs edis, que eles autorizam qualquer troca ...

A esta altura do campeonato, um poste desligado, fincado em lugar impróprio pode ser mais útil que aquele que já está lascado, há muito tempo, com o povo de nossa cidade ... afinal, em boca fechada pode não entrar mosquito, mas não somar em nada é demais ...

Mas, ainda assim, o que não se faz pela vaidade, mesmo que tenha sido ludibriado(?) por um instituto que leva o nome do grande mártir da inconfidência mineira? O Tuquinho, aquele que também está preocupado só em conceder diplomas aos cidadãos, aquele que é do povo (?), foi eleito o melhor vereador de nossa cidade !!! O pior é que ele acreditou ...

Agora, fala sério, hein Carlos Gomes? De todos que ali estão, por ser um excelente comunicador, inclusive, da Palavra de Deus, está demonstrando que em casa de ferreiro espeto é de pau ... Se anunciar é bom, denunciar também o é, mas, omitir é demais!!!

Finalmente, para coroar os nove meses de gestação do mandato dos onze, um aumento salarial sem choro, sem briga, sem greve e, portanto, sem reflexão e sem auto-crítica para todos os nobres edis. Pode ser legal, mas é imoral para aqueles que estão prestando um des-serviço à comunidade.  

Enfim, senhores vereadores, o período de gestação do mandato de vocês já está se findando. O povo, ainda, espera que após este parto, não necessite perguntar: Onde estão os outros nove?

terça-feira, 10 de setembro de 2013

O FURÃO DE FILA



Há muito tempo venho questionando a funcionalidade da separação de filas -  aquela de atendimento especial para idosos, gestantes, crianças ao colo e deficiente físico -  principalmente nas casas lotéricas. 

Hoje, um dia antes de entrar no 5.5  ( veja bem que ainda não são 6.0, portanto, não sou um idoso!) , resolvi bancar o "esperto", mas que a minha cara "queimou", queimou ... Ao chegar numa Casa Lotérica de nossa cidade para pagar um boleto bancário, depois de ver que a fila para os clientes "normais" estava com pelo menos 30 pessoas à minha frente, decidi pegar a fila para "especiais". Afinal de contas havia apenas 6 pessoas naquela fila ... 

Assim, posicionei-me naquela fila e a cada "o próximo!" que eu ouvia, observava que aquela fila andava e a minha, nada ... Aquilo, de certa forma, foi me dando uma gastura ... E assim, o tempo foi passando e, após uns 10 minutos, aquela fila enorme para cinco atendentes, já tinha se dissipado e já havia pelo menos mais uns vinte clientes a serem atendidos. Enquanto isso, a minha fila, composta por duas gestantes; uma senhora idosa; um senhor idoso, que já estava perdendo os últimos fios de cabelo de tanta impaciência e por um outro "rapaz" que, com certeza, era até mais novo  que eu, havia se transformado em 4 à minha frente e mais uns 5 atrás de mim.

Finalmente, fui atendido 20 minutos depois de chegar àquela agência lotérica. E aí fica uma pergunta que não se cala: Para quê esta discriminação se a outra fila "andou" muito mais rápido? Com certeza, se colocassem os outros cinco guichês, também, para o atendimento especial, realmente, estariam facilitando a vida daqueles ditos "atendimento prioritário" ... Por outro lado, será que aquela lei dos quinze minutos é valida somente para agências bancárias?

terça-feira, 3 de setembro de 2013

HISTÓRIA PARA BOI DORMIR (4)


Era uma vez uma cidadela toda cercada pela mata Atlântica, aquela que um tal de Mittal já se adonou de toda ela, também, assim como o chefe do tribunal de contas, Iruam Serrot e a "Mãe Joana". Uma cidadela que já foi administrada três vezes pelo Grande Rei Oib, que já foi desta para a melhor - como dizia um grande escritor monlevadense, que já faz uns tantos anos que mora em Brasileia-se, capital da corruptania hereditária. Eu, como sou um escrivinhador-em-busca-da-perfeição-literária, denominarei esta cidadela, simplesmente, de Reino do Faz-de-conta ... faz-de-conta que tem prefeito, vereadores, justiça, atendimento médico, educação de qualidade, ruas limpas e sem buracos, que não se cria "elefantes brancos", enfim, onde se faz-de-conta que tudo anda às mil maravilhas ...

Bem, mas o caso é que, recentemente, neste Reino, foi empossado um novo rei, filho de Iruam Serrot, o Teófilus Tesoura. É sabido em todo o Reino que Teófilus Tesoura, prometeu que receberia de seu pai, de Anas Dá Azia e Aécio Never as chaves do cofre do tesouro e que, assim, iria RESOLVER todos os problemas daquele Reino. Depois de empossado, o povo descobriu que era tudo mentira. E agora, como ele iria fazer, uma vez que o seu antecessor, Gustavus Prandinet - o inventor da "Tipo Net" com o dinheiro da educação - havia deixado uma dívida enorrrrrrrrrrrrme para ele pagar?

Muito simples. Como já estava próxima  a assinatura de um novo acordo coletivo de trabalho, tratou de engordar a máquina administrativa daquela cidadela, contratando um monte de cabos eleitorais, distribuindo cargos comissionados a rodo, pois, assim, teria mais motivos para não reajustar os salários de seus servos. Além disso, rapou o cofre público e pagou boa parte da dívida pública para mostrar serviço.

Para não negar o nome do chefe do clã dos Serrot, Teófilus Tesoura cortou o projeto "bebendo à bordo", alegando que o "leite" estava caro. Da mesma forma, cortou o transporte dos "filhinhos de papai, sabe-se lá prá que tem que estudar fora". E assim, ele cortou também a "ração" dos alunos, mas não mandou limpar as ruas e nem cortar os matos daquele Reino.

Assim sendo, aquele Reino estava ficando cada dia mais feio. Mais feia, ainda, começou a ficar a situação dos seus servos, uma vez que ele batia o pé e afirmava que não iria dar nenhuma merreca de reajuste salarial. De repente, o presidente do SINTRACONTA,  defensor dos servos fracos e oprimidos, Dom Carlão D'alberto De La Selva, convocou os servos do rei para uma assembleia, onde ficou decidido que haveria uma greve, o que depois se transformou em "Tapeação Tartaruga". Por isso, Teófilus Tesoura, mais uma vez, usa seu instrumento de corte e RESOLVEU cortar o  salário de seus servos, ao que de imediato, justificou através de um decreto real, onde dizia: " Não se preocupem, vassalos! Não me interpretem mal. Vejam isso como um empréstimo compulsório. Dentro em breve, devolverei o dinheiro a vocês com 100% de juros, afinal de contas tenho muitas coisas para RESOLVER."

E assim, no Reino do Faz-de-conta, Helena de Tróia, ministra da educação, passou a comer o pão que o diabo amassou com o rabo, uma vez que os vassalos do rei já haviam mandado o seguinte recado: Se continuarem pedindo o nosso dinheiro emprestado sem o nosso consentimento, não vamos trabalhar, depois, para receber o "empréstimo"... Mas, o tempo passou e os vassalos da educação retornaram ao trabalho, inspirando a secretaria de educação a, até que enfim, entrar "em ação". Só não se sabe se os vassalos da educação, realmente, lerão a "cartilha" daquela administração, já que os mesmos não confiam no grande rei nem  na chefe do tesouro municipal, Arual Ô Velha, aquela que já está procurando "estudar" por onde sairá na próxima Audiência Pública de prestação de contas ...
  
Quando pensava em terminar esta história, veio-me, novamente à lembrança, aqueles que se dizem legisladores, liderados por Guilhotino O'Nasser, presidente da Câmara de Fogo, para não dizer "inferninho". Neste maravilhoso Reino do Faz-de Conta, eles também fazem de conta que representam o povo e só não fazem de conta, que recebem um polpudo salário para nada fazerem, além de atuar como "vaquinhas de presépio" do rei Teófilus Tesoura.

Pois é ... É sabido que  Serrot, Tesoura e Guilhotino fizeram um pacto para eleger outro membro do clã dos Serrot, o Otit Serrot, que antes mesmo de se candidatar, já está em missão nos reinos vizinhos, preparando o curral eleitoral ... Êpa! Eu disse Curral? É lá que o boi dorme ... se ele acordar ...

terça-feira, 27 de agosto de 2013

AJUSTAMENTO DE CONDUTA 

Após todas as turbulências, que envolveram nossas negociações salariais, desde o princípio do mês de Março até a nossa aceitação da proposta de reajuste, que na realidade foi feita pela Justiça Trabalhista e NÃO pelo Prefeito, esperamos que a administração municipal tenha aprendido a lição e saiba que, cobraremos da dela algumas condutas, para que possamos ter uma convivência mais harmônica, tendo em vista o resgate de todas as perdas morais causadas pelo (des) Acordo Coletivo. Sendo assim, há que se atentar para as seguintes reivindicações:

1º) Apresentação da secretária de educação aos demais educadores e das suas propostas para a gestão da educação na rede municipal, já que como bem o disse o prefeito: "Queremos os servidores alinhados ao nosso governo ..."
2º) Elaboração de um calendário de reposição das aulas, em comum acordo com os educadores da rede.
3º) Pagamento de 100% sobre o salário-aula, para a reposição da carga -horária perdida, já que o nosso ponto foi "cortado".
4º) Concretização do nosso plano de carreira.
5º) Respeito à lei 920/89, enquanto a mesma vigorar.
6º) Respeito à lei federal 11.738/2008, que dispõe sobre o pagamento do piso salarial, pelo menos, vinculando os nossos reajustes de acordo com o que determina a citada lei e pagando o 1/3 da hora-atividade.
7º) Prestação de contas do FUNDEB, dentro dos preceitos da lei federal 12.527/ 2011. 
8º) Cumprimento do acordo coletivo de trabalho.
9º) Estreitamento das relações de trabalho, baseado no respeito, diálogo e transparência.

Caso, a administração "pise na bola" com os servidores da educação, a educação pública municipal jamais será a mesma, uma vez que nunca se viu tanta desvalorização do educador como nos últimos 3 anos ...


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A LUTA VALEU! O PREFEITO CEDEU!


Em 2011, depois de deflagrarmos uma greve que durou 61 dias, ininterruptos, retornamos de "mãos vazias" e com um saldo estrondoso de dignidade. Naquela época, o prefeito anterior colocava uma das últimas pás de terra num mandato, que ainda estaríamos sujeitos a tolerar por mais um ano e meio.

Em 2013, depois de oito dias seguidos, de greve, iniciou-se uma "Operação |Tartaruga" em 13 de maio, que se encerra agora, contabilizando 12 dias de paralisação mais o equivalente a aproximadamente 22 dias letivos de perda na carga horária do nosso aluno.

No dia 13 de Março deste ano, o prefeito encaminhou aos servidores um bilhete, onde o mesmo pedia paciência e compreensão, uma vez que não tinha recursos para reajustar nossos salários. Em vez de propor o pagamento em suaves prestações, preferiu o desgaste político temperado com mentiras, intransigências  e incoerências, o que só serviu para queimar ainda mais o seu filme com os servidores e com a comunidade escolar, já que até agora não conseguiu "assumir" o governo, uma vez que, mesmo depois de 8 meses de mandato, não fez nada em nossa cidade que justifique, "fechar o mês de julho com um déficit de 400 mil reais", conforme a mídia noticiou.

Agora, no final de agosto, depois se sentir pressionado, também, pelos alunos do CEJM, o prefeito teve que
ceder. É lógico que a proposta de  reajustar os nossos salários com 8 meses de atraso e pagar o retroativo em 3 parcelas, nos primeiros três meses do próximo ano, não era o que queríamos, até mesmo porque, além de nossas contas não "esperarem", quando estivermos recebendo em março a última parcela, um novo acordo coletivo já vai estar sendo discutido.

Se valeu a pena, valeu, embora tenhamos lutado demais por tão pouco, financeiramente. Mas a essas alturas, o que vale é a conquista de nossa dignidade. Dignidade não é algo que se ganha; é algo que se conquista. Enquanto o poder de fogo do "patrão" veio embebido de enganação, politicagem e covardia, apresentamo-nos com a força da conscientização política, fortalecidos pela nossa coragem, pela nossa resistência, enfim, pelo nossa demarcação territorial, mostrando quem somos nós e despertando muita gente que estava adormecida.

E o que vai ser de nós no próximo ano? Talvez será preciso questionar o que será deles no próximo ano, pois voltaremos mais revigorados, mais preparados para o próximo combate. Uma vez que a nossa operação tartaruga se encerra, cobraremos não só do executivo, como também do legislativo, que a deles seja encerrada, definitivamente, e comecem a trabalhar pelo bem comum, já que o povo confiou a eles esta missão, através do voto.

Com relação às primeiras pás de terra no mandato de Teófilo Tôrres, torço, sinceramente, para que as mesmas sejam jogadas para fora. A nossa cidade não suportaria mais quatro anos de retrocesso. A educação municipal, referência estadual, não pode sofrer nenhuma perda.

... Há que se cuidar do broto prá que a vida nos dê flor e fruto ...

segunda-feira, 19 de agosto de 2013


CIDADANIA, SIM!




Os manifestos que se alastraram por todo o país, quando o povo resolveu colocar para fora tudo aquilo que vinha sendo  reprimido, praticamente, de 20 anos para cá, se não serviu para que acontecessem mudanças radicais, pelo menos, está servindo para mostrar para os governantes que, chega, BASTA! Basta de corrupção, de impunidade, de indiferença à melhoria da qualidade da saúde, educação, transporte, segurança e moradia; que são as bases da sobrevivência humana.

Em Monlevade não poderia ser diferente. O povo foi às ruas manifestar toda a sua insatisfação com a política nacional, o que serviu de aprendizado para os protestos contra a política local. Devido ao fato de estarmos em "operação tartaruga" desde o dia 13 de maio, nós, professores, temos manifestado na porta da prefeitura, na câmara municipal, nas ruas e, ultimamente na AMEPI; numa tentativa de "desenhar" para administração municipal que se nega a negociar conosco, que não vamos voltar para a sala de aula de mãos vazias, não...

Mas, o manifesto que mais me emocionou foi o de sexta-feira, protagonizado pelos alunos do turno matutino do Centro Educacional: Eu estava chegando à escola, quando deparei com aquela turba ensurdecedora, aos gritos e apitos, dirigindo-se à prefeitura e, em seguida, à câmara Municipal, para protestarem em favor de um direito deles: Educação de Qualidade! Qualidade, sim; porque a partir do momento em que o tempo escolar é reduzido, logicamente que há uma queda substancial na qualidade do trabalho docente. E mesmo que não tenham feito o protesto em solidariedade à nossa causa e, sim, pelas complicações que a operação tartaruga pode trazer para a organização de sua vida escolar - como algumas pessoas alegam -  o manifesto deles não deixou de ser legítimo, de ter o seu valor. O que eles fizeram, vale mais que qualquer aula ministrada. Poderia, assim, dizer que neste dia eles trocaram de lugar com muito professor, dando uma verdadeira aula de cidadania.

E se algum dia, alguém não souber descrever o que aqueles bravos alunos sentiram, basta observar a foto acima. De maneira que o dia 16 de agosto seja registrado nas mentes do nosso povo e na história de nossa escola, o que se viu: Um verdadeiro exemplo de protagonismo juvenil, apontando para nós que ... "Verás que um filho teu não foge à luta." Jamais!


sexta-feira, 16 de agosto de 2013


ENTENDA O CASO...


Desde o dia 13 de maio, quando se iniciou a operação tartaruga na rede municipal de ensino, os professores, os alunos, pais e autoridades políticas de nossa cidade sabiam das sérias consequências que poderiam advir desse movimento. O prefeito, por sua vez, encastelado no paço municipal, confiou na blindagem da sua pessoa por seus assessores, preferindo, assim, apenas mandar recados sem procurar conhecer todo o cerne da questão. Mesmo, no seu momento de "fraqueza", quando aceita ouvir a comunidade escolar, tem manifestado  um total desconhecimento desde a sistemática funcional do magistério aos feed-backs que envolvem a "negociação?".

Recentemente, em 2 de julho, um casal de pais de alunos procurou o ministério público para fazer uma denúncia de que seus filhos estariam sendo prejudicados com tal movimento grevista. Atitude correta. O promotor encaminhou um ofício ao Prefeito, em 15 de julho, onde o mesmo "requisita informações sobre providências tomadas, até o momento, no âmbito administrativo ou judicial, para que as aulas voltem ao normal ..." O Prefeito, por desconhecê-las(?), passa o ofício para a assessoria jurídica que, por desconhecê-las(?), passa para a secretária de educação. A secretária de educação, por sua vez, encaminha um ofício ao promotor, em 19 de julho, relatando todos os prejuízos trazidos pelo movimento aos pais e alunos, informando que fez um calendário de reposição de aulas (?) para ser cumprido por aqueles que não aderissem ao movimento (?) e termina o ofício dizendo que: 
" É evidente a necessidade de que sejam adotadas medidas urgentes para resolver os impasse gerados pelo movimento grevista, para que se garanta aos alunos o direito à aprendizagem e aos cumprimento dos dias letivos e a carga horária anual estabelecida em lei.
A situação está insustentável, as famílias estão desorientadas e os alunos são os maiores prejudicados, estando com a vida escolar severamente comprometida.
... solicitamos e contamos com o apoio do ministério público para nos auxiliar a encaminhar a situação. "

Os diretores das escolas tomaram conhecimento do exposto acima no dia 14 de Agosto, através de uma reunião na SME, quando a secretária de educação determinou que, por ordem do senhor Prefeito, até o dia seguinte, fosse enviada a relação dos professores que optarem por continuar a operação tartaruga, para que sejam contratados novos professores para substituí-los.

Pois é, senhora secretária, é bastante louvável a sua preocupação com as consequências do movimento paredista como: comprometimento da aprendizagem, aumento do índice de evasão e repetência, risco de integridade física dos alunos, desmotivação e estresse dos alunos e familiares, queda do índice do IDEB, o não encerramento do ano letivo em 2013, dificuldade do ingresso dos alunos do 9º ano no ensino médio e atraso da entrada dos alunos do 6º ano, conforme se fez constar no citado ofício. Mas todo fogo deve ser contido no princípio do incêndio. O índice de destruição é proporcional ao tempo que se leva para começar a apagá um incêndio. Se não o fazemos em tempo hábil ... mas será que vocês também não sabiam disso? E, conforme a desembargadora lhe disse, naquela reunião do TRT, não teria sido melhor buscar o diálogo, a transparência, a negociação antes da imposição de regras? A autoestima e a valorização do professor não foi levada em conta. Elas foram trocadas pela intransigência, indiferença e ditadura.

Diante de tudo isso, a impressão que se tem é que, desde o princípio, a SME  esperava que o Ministério Público, aleatoriamente, nos obrigasse a retornar ou, até hoje, acreditava que nós poderíamos retornar a qualquer momento, movidos pelas constantes ameaças de nos substituírem e pelos cortes de nosso ponto. Como há atitudes que constituem Assédio Moral, até agora, não nos pediram nada por escrito, nem há dois meses atrás, nem atualmente, quando a ordem foi mais severa.

Já aconteceram duas reuniões conciliatórias no TRT, em Belo Horizonte, sem nenhum avanço, onde somente os servidores cederam. A terceira reunião, agendada pelo TRT, para dia 23/08, foi cancelada pela prefeitura, numa clara demonstração de quem não quer negociar. Pelo visto, teremos que ir para o Dissídio Coletivo, o que deve ser julgado dentro de aproximadamente um mês, aumentando ainda mais os dias letivos a serem repostos.

O prefeito continua alegando não ter condições de reajustar nossos salários, mas continua nomeando cargos comissionados e distribuindo gratificações para funcionários - basta ler as Portarias assinadas por ele. A receita do município continua crescendo, inclusive o FUNDEB (conforme quadro abaixo), de onde sai recursos para nos pagar.


A Câmara Municipal alega estar nos bastidores, intermediando, mas não entra em cena para ajudar a RESOLVER nada, aliás a maioria dos vereadores não sabe ou finge  não saber do que realmente se passa com os servidores da educação.

Assim sendo, os manifestos que estão acontecendo e que tem, sim, prejudicando o povo e que, às vezes, nos fazem sair do sério - e os outros também - tornam-se necessários, para que saia da inércia e se junte a nós, uma vez que a nossa luta é justa e legal. Não estamos pedindo nada além  do que é nosso direito: DIGNIDADE!