CENTRO EDUCACIONAL:
40 ANOS CONSTRUINDO EDUCAÇÃO (*)
Em seis de abril de 1972 o Centro Educacional de João Monlevade abre
suas portas aos mil alunos da 5ª série do 1º grau e aos 105 matriculados na 1ª
série do 2º grau. A data se cristalizou
em história porque marcou efetivamente o início das aulas. O processo de
criação da escola começara, entretanto, um ano antes. O Prefeito Municipal
Prof. Antônio Gonçalves, tomando posse no início de 1971, deflagrara o
processo, criando a nova escola através
da Lei Municipal Nº 260/71, defendida e apoiada pelo então presidente da Câmara
Wilson Vaccari. Enquanto se levantavam as paredes do novo prédio escolar, a
Comissão Municipal de Educação, composta pelos Professores Héber Fraga de
Assis, Vicente Soares, Wilton Rodrigues de Oliveira, Lúcia Muniz Telles e Vilma
Stéfani, construía seu projeto pedagógico
No meio do percurso, a
promulgação da nova LDB, a Lei Nº 5.692/71, redirecionou o trabalho dos
planejadores do CEJM, fazendo com que o seu projeto pedagógico se desenvolvesse
em sintonia com os objetivos da Lei que deslanchou uma das maiores mudanças na
educação brasileira.
Aquele seis de abril de 1972, a
despeito das dificuldades iniciais de qualquer empreendimento que toma corpo,
firmou definitivamente alguns marcos para a história educacional do município
de João Monlevade:
- Instalação da primeira escola pública municipal;
- Primeira escola a implantar a sondagem de aptidão profissional no ensino fundamental;
- Primeira escola a contar, na Equipe Técnica, além de Diretor e Secretário, com supervisores e orientadores educacionais;
- Primeira escola a atender com relativa tranqüilidade a crescente demanda educacional de Carneirinhos.
A Primeira etapa gerencial de
nossa escola foi marcada pela preparação do Corpo Docente, através de Curso de
Treinamento na Arpas e a construção coletiva da proposta pedagógica, conforme
recente Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 5692/71), foram
trunfos extraordinários. Paralelamente, outra saga inesquecível, vivida com
giz, poeira, livros e barro, era vivida pelos alunos e professores, nos
primeiros dias de aula, com o prédio ainda em construção. Não obstante, o CEJM
marca presença grandiosa nos desfiles de Sete de Setembro, que celebraram o
Sesquicentenário da Independência do Brasil, em 1972.
A Direção de uma escola é ponto
crucial em seu desenvolvimento. Crises nesta área marcaram os seus quatro
primeiros anos, passando pelas mãos de quatro diretores: a Profª Emilse Pacheco
Alves dirigiu o CEJM por um ano, passando o comando, em 1973, para sua
Vice-Diretora, Maria Irene Amorim Ruminski, que deixou o cargo dois anos
depois. Nomeado em maio de 1975, o Cônego Dr. José Higino de Freitas, acometido
de doença grave, foi, após quatro meses, aposentado por invalidez. Em 1975,
toma posse o quarto Diretor, o Prof. Geraldo Eustáquio Ferreira (Dadinho), que,
a despeito de sua juventude e inexperiência, colocou o pé na estrada com
algumas medidas significativas: a substituição dos conceitos por créditos na
tradução dos resultados, a introdução gradativa de língua estrangeira, a
construção de um novo Currículo Pleno e a montagem do processo de
reconhecimento dos cursos.
A grande marca deste segundo
período foi, sem dúvida, a consolidação da atuação do Diretor, o Prof. Geraldo
Eustáquio Ferreira, que, articulando professores e equipe técnica num trabalho
bastante integrado, conduziu a escola a um excelente patamar. Datam deste
período, entre outras realizações: a reforma do prédio, localizando Diretoria e
Equipe Técnica em instalações mais funcionais na ala direita do prédio, onde
até hoje permanecem; a criação da Biblioteca
e do Banco do Livro Didático; a obtenção do reconhecimento dos cursos de 1º e
2º graus, através da Portaria 072/79, de 21/02/79; a instalação da Semana da Normalista e Semana
da Secretária; a criação do Centro Cívico Escolar Rui Barbosa, coordenado pelo
professor Afonso Alves Ferreira e da Associação de Pais e Mestres; a realização da I Semana de Estudos do Corpo
Docente em Integração com a EMIP; a reconstrução de um novo Regimento Escolar;
a implantação da Merenda Escolar; a
instituição da Caixa Escolar, com diretoria e estatutos próprios, e, para
finalizar, a instalação dos Círculos da Escola de Pais do Brasil.
Ao lado dessas atividades
propriamente administrativas e pedagógicas, o CEJM viveu um forte período de
presença em festivais de Música, Teatro, Gincanas, Concursos Literários e
Olimpíadas. As comemorações do 10º Aniversário foram realizadas com muito
brilhantismo. Desta comemoração, além da construção da Quadra de Esportes,
ficou o refrão de uma paródia sobre música de Geraldo Vandré, que projetou o
futuro da Escola: “Vem, vamos embora, que esperar não é saber! Se vencemos dez
anos outros mais vamos viver!”
O início deste terceiro período
coincide com a segunda recondução de Germim Loureiro à Prefeitura Municipal.
Após uma interinidade de seis meses como Diretora, em agosto de 1983, a Profª
Geralda Maria Nunes Machado é confirmada no cargo. Percebe-se neste período uma
participação mais intensa da escola em eventos da comunidade: o CEJM brilha no
3º Forró das Escolas, na Feira da Paz, no Dia Nacional de Ação de Graças, nos
Jogos da Primavera, na Gincana Cultural Intercolegial, na Feira de Ciências.
Em plano interno, criam-se as
solenidades do Dia do Estudante, da Confraternização dos Professores, da Páscoa
dos Funcionários, da Encenação da Via-Sacra, idealizada e coordenada pelo
professor Afonso Alves Ferreira, da Noite do Boi Bumbá, Noite Cigana, Grito de
Carnaval, entre outras promoções.
Cria-se o Curso Científico e
institui-se a Medalha Cônego José Higino de Freitas, para premiar os alunos
mais brilhantes. Na comemoração dos 15 anos do CEJM, premiam-se os professores
e funcionários mais antigos com um relógio. Finalmente, o CEJM, pela sua
atuação em 1987, recebe o Troféu Araponga, no início do ano seguinte. Formam-se
as primeiras turmas do Curso Científico, colhendo-se, também, boas vitórias dos
alunos em vestibulares.
No início de 1989, Leonardo Diniz
assume o governo municipal, eleito pelo Partido dos Trabalhadores. Instaura-se,
então, a eleição direta para Diretor de Escola Municipal. Enquanto se preparam
as eleições, assume interinamente a diretoria do Centro Educacional, a Profª
Maria da Conceição Cotta Cruz. Realizado o pleito, foi escolhida a Profª Maria
Salomé de Moura Oliveira, que assume em 31 de agosto.
Os destaques do período ficaram
com a realização do I, II, III, IV Educe (Encontro de Educadores do Centro
Educacional) e com a participação no Projeto Semear, promovido pela Secretaria
Municipal de Educação, idealizado pela Secretária de Educação, a Professora
Vera Lúcia Drumond Westgeest. Encerrou-se o período com uma bela festa
comemorativa dos 20 anos de instalação da Escola, que contou com as presenças
dos quatro Prefeitos Municipais dos últimos vinte de anos, e dois dos
ex-Diretores: a Profª Emilse e o Prof. Dadinho.
Germim Loureiro, em 1993, assume
pela terceira vez o governo municipal, indo para a Secretaria de Educação a
ex-Diretora do CEJM, a Profª Geralda Maria Nunes Machado. O prédio escolar
recebe ampla reforma, que tem como destaque a construção do Refeitório para os
alunos.
Em meados de 1993, realizam-se
novas eleições para Diretor nas Escolas Municipais, vencendo o pleito a Profª
Leiva Leite Lima, que assume em 24 de setembro. Na Semana do Folclore, singela
homenagem foi prestada ao ativista cultural e folclorista Nilton de Souza,
então recentemente falecido.
Entre os eventos promovidos com
vistas ao enriquecimento curricular, a novidade foi a promoção do I, II e III
Ejucen – Encontro da Juventude do Centro Educacional – idealizado e coordenado
pelo Prof. Afonso Alves Ferreira. Outra medida de impacto foi o estabelecimento
do mínimo de 60% de aproveitamento para a promoção.
Digna também de menção, ainda
neste período, é a implantação do Programa de Gerenciamento de Qualidade Total,
preparado com Seminários e Cursos de Treinamento e finalmente aplicado, embora
com algumas resistências por parte dos docentes. A festa do Jubileu de Prata do
CEJM constou de ampla programação cujo ápice foi uma Sessão de Gala no
Anfiteatro, quando se ofereceu às autoridades presentes uma publicação
resgatando os 25 anos de História do CEJM, a partir das crônicas deixadas pelos
seus ex-diretores.
O período letivo se inicia ainda
sob a direção da Profª Leiva Leite Lima, eleita para um segundo mandato, que se
inicia em 1º de janeiro de 1998. O destaque para o período é o EJUCEN,- Encontro
da Juventude do Centro Educacional -
reeditado por mais seis vezes, firmando-se como excelente instrumento de
conscientização e formação ético-religiosa do jovem estudante.
A infra-estrutura física ganha
novo suporte com a cobertura da Quadra de Esportes e com a construção do Palco
interno, que vai dar novo alento a eventos como Feira Cultural, II Arraiá do
CEJM, Noite da Primavera e I Festa da Família. Instauram-se premiações para
alunos – ALUNO DESTAQUE – e professores – PROFESSOR NOTA DEZ – à guisa de
reconhecimento para esses, e incentivo para aqueles, por sugestão da professora
Maria Villani Bedetti Alves.
Confirmando a qualidade de seus alunos e profissionais,
naquele ano de 2000, o Centro Educacional é apontado pela UFMG como a melhor
escola pública de Minas Gerais, ocupando a 11ª posição entre aquelas que mais aumentam o
desempenho de seus alunos.
No plano didático-pedagógico criam-se a Horta Escolar, o
PAC (Projeto Aluno-Cidadão) como proposta de ensino acelerado e mais duas instituições escolares: O Coral do CEJM
e o Grêmio Estudantil,coordenados pela Orientadora Educacional Rosângela Vieira
Lage e pelo professor Afonso Alves Ferreira, respectivamente; tendo o Grêmio
Estudantil como primeira presidente a aluna Naira Soares Ananias.
Implementa-se, também, o Projeto Sexualidade. As comemorações do 30º
Aniversário da Escola, ocorridas em 2002, já se realizam sob a coordenação do
3º Diretor eleito, o Prof. Geraldo Gomes Fonseca, ex-aluno de seu curso de
Secretariado, que assumira o posto em 2001.
Novo milênio. Novos Tempos.
Grandes mudanças. O CEJM não ministra mais o Ensino Médio. Criou-se então o
PROEMG (Programa de Ensino Médio Geral) que se transformou mais tarde em EJA –
Educação de Jovens e Adultos, trazendo consigo o EJA – Ensino Fundamental, em
substituição ao PAC - Projeto Aluno-Cidadão. Não
obstante tantas mudanças, alguma coisa permanece. E o troféu vai para o EJUCEN,
que realiza mais cinco Encontros.
Na promoção de seus eventos
institucionais, a escola se abre para o exterior, para a comunidade, vivendo
sua dimensão de escola-cidadã, instalando duas edições do Projeto ENCONTRO COM A NOSSA CIDADE (Resgate
Histórico) – idealizado pelo prof. Afonso Alves Ferreira, o Projeto
Laboratório Vivo - idealizado pela Prof. Maria Lúcia Ângelo, a Oficina de
Materiais Recicláveis, a Campanha de Limpeza e Conservação do patrimônio
público, Saraus – criado pela professora Dulcinéia Lírio Caldeira, O projeto Semana
do Folclore sob a coordenação da professora Denise Maria Guedes, O PEAS
(Programa de Educação Afetivo-Sexual) e o Seminário de Pais – PEAS, concebidos
em parceria com a Belgo-Arcelor.
Entre 2005 e 2006, a escola passa
por reformas em sua infra-estrutura física e instalações, com a construção do
Jardim Central, a ampliação da sala de Reuniões, da Biblioteca Prof. Héber
Fraga de Assis (aumento de seu acervo literário e instalação de Internet para
uso de alunos) , ampliação e inauguração do Laboratório “Prof. Antônio de
Paula”, com a inclusão das aulas de laboratório.
A partir de 2006, o Centro
Educacional conta com novo diretor, o 4º por eleição direta, o Prof. Afonso
Alves Ferreira, servidor desta escola desde 1976, que dá continuidade aos
projetos anteriores como o Arraiá do CEJM e a III edição da Mostra Científica e institui a I
Tarde Literária, idealizada pela supervisora Silvânia de Fátima Hosken, a I
Mostra de Conhecimento do EJA, 3ª edição do projeto Encontro Com a Nossa Cidade
e o Projeto METAMORFOSE, que visa resgatar valores e conscientizar o educando
sobre a necessidade de se preservar o meio em que ele vive. Informatiza os
serviços da secretaria escolar, promove o retorno da Fanfarra do Centro
Educacional e, em parceria com a Júnior Anchievement/Belgo-Arcelor, abre as
portas da escola para o Projeto de Empreendedorismo, que muito contribuiu para
a formação dos alunos.
Registre-se ainda o excelente desempenho do CEJM, laureado
por quatro vezes consecutivas como destaque no “CEM MELHORES” instituído pelo
Jornal A Notícia e a empresa H Design e sua participação nos JEM (Jogos
Estudantis Monlevadenses) e JEMG (Jogos Escolares Mineiros).
Finalmente, neste tempo de
festejos do 35º Aniversário do CEJM, a direção do Centro Educacional,
juntamente com a sua equipe pedagógica, professores e demais funcionários,
ganha fôlego, instituindo o Regime de Progressão Parcial com reforço escolar
extra-turno, a disciplina OE – Orientação Educacional, onde o pedagogo atua
diretamente em sala de aula. No ano seguinte executa o projeto Pan-Americano –
idealizado pelo professor Dílson Mauro, cria-se um novo modelo de reunião de
pais, onde é proporcionado aos mesmos um encontro com os professores de seu
filho, um espaço externo para leitura em frente à biblioteca, dando maiores
condições para trabalhos escolares no interior da Biblioteca, através da
Internet.
Merecem menção ainda dois
presentes que a administração Carlos Moreira dá ao Centro Educacional: a
construção de arquibancadas na Quadra de Esportes, reforma e pintura geral da
escola e a ampliação do Anfiteatro Prof. Antônio Gonçalves, palco de gloriosos
eventos e de muitas e diversificadas atividades acadêmicas e comunitárias, que
se tornara um dos mais sofisticados espaços culturais da Cidade, trazendo
consigo a instalação de uma sala de projeção cinematográfica.
2009. Já no último ano de seu
mandato, já se podia registrar a nota 5.1 no IDEB: sendo destaque entre os
melhores resultados do Estado de Minas Gerais; 3 edições do Projeto “Um Encontro
com a nossa Cidade, 4 Mostras Científicas, 3 Tardes Literárias, além do já tradicional
Arraiá do CEJM. Implanta-se a educação física escolar, com ênfase no xadrez
para alunos do 6º ano. O CEJM continua brilhando seja nos Jogos Escolares de
Monlevade, seja nos Jogos Escolares de
Minas Gerais. Neste ano foi adquirido todo o material para a implantação da
rádio-escola e recebido do Governo Federal 10 Computadores para montagem do
laboratório de informática, não concluindo tais projetos devido à falta de
espaço físico, uma vez que a Universidade Aberta do Brasil ainda não havia sido
transferida para a FUNCEC. Neste ano, toma posse um novo prefeito: Gustavo
Prandini.
A partir de 2010, a escola está sob
o comando de outra direção eleita: Silvânia de Fátima Hosken. Neste tempo, algumas
reformas físicas são feitas, no sentido de melhorar o atendimento à comunidade
escolar. Cria-se a sala de AEE (Assistência ao educando especial). A
Rádio-Escola é inaugurada. Uma das salas de vídeo é transformada em sala para
capacitação de professores. Os projetos “Tarde Literária” e “Mostra Científica”
são definitivamente institucionalizados, bem como o Arraiá do CEJM. Aumenta-se
a carga-horária de Artes. Retira-se OE e educação física escolar. Institui-se a
disciplina Geometria e Literatura. Tem início o projeto inclusão Digital. Não
se pode deixar de registrar os excelentes resultados de nossos alunos na
Olimpíada de Matemática.
O Centro Educacional, há quarenta anos é uma escola
admirada por todos, pois tem sido considerada a melhor de Monlevade pela
pesquisa de opinião pública, devido ao trabalho, a competência e a dedicação de
nossos incansáveis servidores: equipe técnico-pedagógica, professores,
auxiliares administrativos e serviços gerais, não me esquecendo, principalmente
daqueles que deixaram impressas as suas marcas na história do Centro
Educacional, quando aqui se aposentaram e daqueles que foram para o descanso
eterno.
(*) História do Centro Educacional de João
Monlevade, re-escrita pelo prof. Afonso Alves Ferreira, a pedido da direção da
escola, por ocasião da realização do projeto 40 anos do CEJM.
Parabéns, Prof. Afonso, pela escrita tão clara e tão expressiva da história do CEJM, que me fez retornar aos anos 75 a 79, quando fui aluno deste colégio que é um baluarte da educação mineira!!!!
ResponderExcluirSaudades do CEJM, que continua a brilhar na história da educação de João Monlevade e região!!!
ResponderExcluirMeus pais foram professores desta instituição na década de 70 e início de 80. Eram profesores de matemática e tenho certeza e que muitos de seus alunos ainda devem lembrar-se deles. Seus nomes: Deusa e Fernando. Morreram em 83 num acidente de carro, mas fizeram história nesta escola...
ResponderExcluirCom certeza, amiga, seus pais também fizeram história em nossa escola.Tive a alegria de conviver com os seus pais ...
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