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terça-feira, 15 de janeiro de 2013












IMPRENSA LIVRE E ÉTICA





Depois do pesadelo Prandinista, no que tange à sua relação com a imprensa escrita, (basta lembrar da saga protagonizada pelo prefeito anterior x A Notícia) veio-me à lembrança algumas reflexões sobre a importância do chamado 4º poder: A IMPRENSA.

Embora a Constituição brasileira garanta o direito à informação, dispondo que é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença, toda vez que um editor  procura um órgão público governamental para oferecer seus serviços, sempre tem que estar preparado para ouvir um não, inquisições absurdas sobre o seu posicionamento político-partidário  ou críticas a determinado artigo picante editado por aquele órgão de imprensa, o que não agradou aquele que foi posto no cargo público pelo voto popular. Pior é quando, quem fala o que quer, nunca se encontra à disposição para dar satisfação ao jornalista . Desta feita, acaba lendo aquilo que não quer ler, muito menos ouvir.

A verdadeira limitação imposta à imprensa, advém do fato de que os órgãos de imprensa são também empresas, necessitando portanto, de anunciantes privados e também do patrocínio público. Assim sendo, “não podem criticar duramente aqueles que a mantêm” sob pena de perderem boa parte de suas verbas publicitárias. Elas funcionam como uma forma de pressionar o jornalista mais crítico, fazendo-o permanecer em silêncio, ou então, fechar as portas.

Aí é que reside a verdadeira censura à imprensa: as denominadas verbas publicitárias dos entes públicos ou privados que podem ser suprimidas ou aumentadas de acordo com as posições adotadas pelo veículo de comunicação

Não deveria ser assim. Veja-se que, por um lado, a Constituição Federal no art. 220 e seus parágrafos, dispõe que a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição. Ela Veda ainda toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística, determinando que nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social.

Sou contra os censores, mas acredito que pessoas que labutam na imprensa sempre devem ter o cuidado de não pré-julgarem e/ou destruírem moralmente pessoas que, posteriormente, se descobrirem não serem responsáveis pelas acusações que lhes são impingidas de forma espetaculosa, poderão acionar o Ministério Público e aí...

Nota-se portanto, que os trabalhadores da imprensa tem consciência do grande poder que possuem. Por intermédio de seus veículos, podem inocentar ou punir alguém. Muitas vezes a punição psicológica ou moral deixa marcas tão profundas na vida dos acusados, que nem mesmo a posterior prova de sua inocência ou o tempo conseguem apagar.

Sendo assim, seria bom  os legisladores criarem um projeto de lei que obriga o executivo a aplicar, proporcionalmente e indiscriminadamente, em todos os órgãos de imprensa da cidade, aquela verba destinada à veiculação de anúncios e propagandas daquela administração. Se levarmos esta reflexão para outras áreas, veremos que empresas como a Vale, por exemplo, tem um convênio com todas as academias de ginásticas para seus funcionários . E não é ela nem o servidor que escolhem a academia; é o sistema. Da mesma forma, podemos exemplificar as empresas de psicoténico para habilitação de motoristas. Você paga, mas é também o sistema que indica, proporcionalmente, quem vai atendê-lo. 
     
De outra forma,  aquela administração pública deverá colocar a sua assessoria de gabinete e de imprensa para trabalhar e não para distribuir a “bel prazer” ou à base do “tomaládacá” as verbas publicitárias.

Finalizando, todo órgão de imprensa e todo trabalhador além de serem consumidores também são contribuintes, mas o que se observa em nossa sociedade são críticas àquela administração pública, que tem gastos exorbitantes de verbas publicitárias somente com tais órgãos de imprensa, enquanto os outros estão a ver navios.

Esta relação precisa ser repensada...


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