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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dignidade: A que preço?

Acordo e, ainda deitado na cama sob a coberta, ligo a televisão e vejo a hora. 7 horas e quarenta e seis minutos do dia 20 de julho de 2011. Pouco depois, levanto-me e olho pela fresta da janela: um frio intenso lá fora. Volto novamente para debaixo da coberta e viajo em devaneios.


Faço contas. 41 dias de greve. Isso equivale a pouco mais de 1 mês de férias. É como se agora estivéssemos voltando (?) a trabalhar no final de janeiro.


Em janeiro, depois de curtir férias, viajando ou não, você volta mais descansado e ansioso por começar um novo ano letivo. Aquela alegria imensurável de rever os colegas de trabalho, os alunos que sempre nos aparentam mudados e com bastante novidade para contar, conhecer os alunos que estão por chegar... Tudo, tudo nos parece novo!


Mas não é assim. Não estamos em janeiro. Não estamos descansados. Não estamos iniciando nada. Nada nos parece novo.


O que realmente será novo para cada um de nós, é a nossa postura. Uma nova postura nas nossas relações com outro e com o nosso trabalho, amadurecidas pelas consequências de uma luta árdua por justiça. Uma justiça que se não tiver sido desvendada, pelo menos nos fez conhecê-la melhor para que depois de uma breve recolhida, voltemos mais fortes.


Talvez eu esteja prenunciando algo, que nem eu mesmo tenho a certeza de que vai acontecer e nem de que forma. Mas, é que eu já estou ficando cansado. Cansado de esperar. Cansado de me sentir impotente diante das mazelas políticas-sociais que estão imperando em nosso meio. Cansado de assistir aos jornais televisivos, que reportam a nós somente violência, catástrofes, pobreza (a de espírito também), roubo do colarinho branco engravatado ou não, drogas ... tudo é uma droga!


Eu quero é trabalhar! Trabalhar com dignidade, enfim, sentir mais valorizado e, principalmente com a certeza de que nada foi em vão.

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