PEGANDO PESADO
O Ministério da Educação
(MEC) divulgou na segunda-feira, ontem, o novo piso salarial nacional para
professores, que passa de R$ 1.187 para R$ 1.451,00 (22,22%), retroativo a
janeiro.
A Lei
do Piso determina que nenhum professor pode receber menos do valor
determinado por uma jornada de 40 horas semanais. Questionada na Justiça por
governadores, a legislação foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal
(STF) no ano passado. Entes federados argumentam que não têm recursos
para pagar o valor estipulado pela lei. O dispositivo prevê que a União
complemente o pagamento nesses casos, mas desde 2008 NENHUM estado
ou município recebeu os recursos porque, segundo o MEC, não conseguiu comprovar
a falta de verbas para esse fim.
Governadores e prefeitos estão fazendo uma brincadeira de tremendo mau
gosto. É uma falta de respeito às leis, aos trabalhadores e aos eleitores tendo
em vista as promessas que eles fazem durante a campanha de mais valorização ao profissional
da educação.
Em Monlevade não poderia ser diferente. Depois de 63 dias de
paralisação, a categoria somente conseguiu um reajuste de 6,31% em
dezembro/2011 não-retroativo a Abril do mesmo ano. O pagamento do PISO
encontra-se na justiça. Enquanto isso, nossos vencimentos vão sendo achatados,
gerando uma enorme bola de neve enquanto a máquina administrativa continua
inchando, principalmente neste ano eleitoral. Para isto, basta comparar a folha
de pagamento da educação de dezembro/2011, com a de fevereiro/2012.
Há muitas perguntas que não nos foram respondidas, como por exemplo: Por
que até hoje o secretário de educação, juntamente com o prefeito
municipal, não
foi ao MEC buscar a tal complementação que a lei prevê?
Enquanto isso a Secretaria de Educação faz parceria com a Mittal, num
famigerado projeto federal denominado Mobilização, que tem
por finalidade aproximar mais a família da escola, objetivando principalmente
melhores notas no IDEB, onde uma das condições para a eficácia do projeto é a
valorização do professor.
Ontem, dia 27/02, a equipe técnica da Mittal, encarregada de direcionar
o projeto, deu com os burros n’água ao encaminhar tal projeto no Centro
Educacional. Os
professores, por unanimidade rejeitaram o projeto. Onde estava o secretário de
educação ou qualquer funcionário da secretaria de educação naquela hora, que
não pode comparecer para ajudar a vender o seu peixe?
Poderíamos até fazer um bom uso do projeto, levando a comunidade para
dentro da escola e promover um verdadeiro rebuliço, retirando os lixos que
estão escondidos por debaixo do tapete da educação, desviando assim o foco do
projeto ...
Portanto, senhores Prefeito e Secretário de educação, o dia em que
houver uma valorização efetiva do educador municipal, vamos, sim, abraçar todos
os projetos advindos da SME. mesmo sabendo dos dividendos político-eleitorais a
serem arrecadados para a permanência dos senhores no poder.
E, parafraseando o Senhor Prefeito durante a negociação do ano passado:
“ Nós, verdadeiros educadores, vamos pegar pesado com vocês neste ano. Te
cuidem!”