SINAL FECHADO
Desde o final do mês de
fevereiro o SINTRAMON vem tentando negociar, junto à administração pública, um
acordo coletivo de trabalho. Normalmente, o carro-chefe de uma negociação é a
cláusula econômica, ou seja, a que trata de aumento e/ou reajuste salarial, no
caso específico dos servidores, 10%.
A prefeitura vem se
negando, não somente a atender tal
reivindicação, como também se nega a negociar, uma vez que não existe
negociação, quando se propõe 0% de reajuste e de aumento salarial. Por isso, a
partir do dia 24 de Abril foi deflagrada uma greve, sustentada apenas pelo
magistério, e que foi transformada em operação tartaruga desde o dia 13 de maio
até a presente data.
Em 07 de maio, na
Superintendência Regional do Trabalho, em Belo Horizonte, a corregedoria,
depois de ouvir as partes, sugeriu que a prefeitura reajustasse nossos salários
em 6,97% (inflação acumulada de março/12 a março/13 e que fosse reajustado o
vale alimentação para R$ 228,00 para todos os servidores. Assim sendo, o
Sindicato aceitou trazer tal proposta para a nossa assembléia e a
procuradoria da prefeitura, por um momento, teria aceitado trazer a citada
proposta para análise. Só que enquanto marcavam uma nova data para se
assentarem novamente, um dos procuradores da prefeitura resolveu ligar para a
assessoria econômica do prefeito, ao que a mesma ordenou que não aceitassem
nenhuma proposta que viesse de tal Tribunal, gerando um impasse.
Diante disso, o SINTRAMON
ajuizou um Dissídio Coletivo no Tribunal Regional do Trabalho quando, em
primeira reunião conciliatória, na segunda feira, dia 16, a administração,
demonstrando, mais uma vez, uma conduta amadorística e irresponsável, em vez de
enviar a equipe econômica para justificar o porquê de 0% de reajuste, manda
procuradores jurídicos que, além de não apresentarem dados financeiros
comprobatórios, como o fez o SINTRAMON, não tinham poder de decisão. Da mesma
forma, também se fez presente a secretária de educação, preparada apenas para
blindar o prefeito e os alunos, dizendo que o prefeito é um jovem idealista e
cheio de vontade de trabalhar e que a greve teria sido precipitada,
manifestando sua preocupação com o prejuízo da carga horária do aluno; atitudes
severamente criticadas pela desembargadora, recomendando-lhe maior
sensibilidade com a causa dos professores.
Novamente é sugerido à
administração que se ofereça pelo menos o índice inflacionário e a
desembargadora recomenda que, na
reunião, agendada para a próxima terça feira, esteja presente a equipe
econômica ou alguém que possa, realmente, responder pela administração pública
municipal.
O que se pode concluir de
tudo isso é que ou o antigo ditado “em casa de ferreiro o espeto é de pau”
continua vingando nesta cidade, administrada por um advogado, ou então a administração atual, em detrimento
do humano, tem se preocupado em caiar o sepulcro, uma vez que, até agora, já foram
anunciados um investimento de 1,5 milhão de reais na manutenção e conservação das escolas, um empréstimo de 3 milhões de reais para
asfaltamento, o pagamento de uma dívida de 11 milhões de reais, além de a
administração estar disposta a gastar 100% a mais na reposição da carga
horária, cortando nossos pontos.
A falta de diálogo, a
intransigência e, conseqüentemente, a permissão da instauração de um dissídio
coletivo, são práticas de um governo
ditador - sistema banido há muito tempo em nossa sociedade – o que trarão
prejuízos políticos para o prefeito e um desastre imensurável a toda comunidade
escolar, uma vez que a partir do mês de agosto o ano letivo começará a ser
comprometido.
Uma coisa é certa: Se o
prefeito está pensando em administrar esta cidade desprezando os servidores
públicos, esquecendo-se de que são eles que fazem a máquina administrativa
funcionar, engana-se, pois os da educação, verdadeiros formadores de opinião,
estão conseguindo multiplicar, e bastante, o seu índice de rejeição,
tornando-se mais fortalecidos na luta pelo respeito à sua dignidade.
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