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sábado, 18 de maio de 2013


ACORDEM, EDUCADORES!


Em 2011, a nossa greve durou 61 dias. Depois de constatarmos que a única solução era entrarmos na justiça contra o poder público, retornamos, até porque achamos que estaríamos nos prejudicando e prejudicando nossos alunos. Dois anos depois, estamos vivendo uma situação semelhante, porém, mais fragilizados, dada a morosidade do sistema judicial neste país, principalmente quando se trata do trabalhador da educação; o que faz com que o educador não tenha a esperança de que algo venha dar certo, levando-o a não entrar de peito aberto em qualquer espécie de movimento paredista.

Acho que deveríamos refazer as nossas reivindicações: Cobrar da administração o pagamento do reajuste de 7,97% retroativo a janeiro/2013, autorizado pelo governo federal; e não a inflação acumulada e nem tampouco os 5% em Março e mais 5% em Julho. Afinal de contas, a administração já vem recebendo a verba do FUNDEB, reajustada na média de 13% ao mês. Direito é direito. Se nós não fecharmos a cara agora e não partirmos para esse “radicalismo”, não seremos, jamais, respeitados.

E como não bastasse tanta descrença, o “patrão” começa a usar artifícios espúrios na tentativa de desmobilizar a classe, jogando-a contra a comunidade escolar, ameaçando o corte do ponto e aterrorizando os professores contratados. É sabido que não há professores habilitados desempregados em lugar algum. O que poderia acontecer com aquele professor contratado que apoiasse tal movimento? Ser demitido? E depois? Como o município iria fazer? Reiniciar as aulas sem aqueles “demitidos”? Como? Até abrir um novo edital de convocação ... O prefeito e a secretária de educação sabem dessa realidade. E sabem também que cortando o ponto dos professores, desobrigam os mesmos a reporem a carga horária perdida. E assim, para substituí-los vai sair 50% mais caro...

O professor contratado também sabe, mas, infelizmente, temos que admitir: Eles estão fraquejando ... Como desconhecem a sua importância, o seu valor!... Se não fossem necessários nunca teriam sido contratados pela prefeitura. Nesse pacote alguns efetivos também estão. E o pior de tudo isso é que serão cada vez mais desvalorizados e jamais serão reconhecidos.

É muito comum ouvirmos dos nossos pares que o professor nunca foi valorizado, porque a classe é desunida... É isto mesmo! Principalmente no momento de uma greve pelos nossos direitos, alguns acabam se deixando dominar pelo medo, pelo assédio moral através daquelas “cartinhas” ... E assim, fazem exatamente o que os governantes querem, contribuindo para a reprodução de vaquinhas de presépio; ideologia esta, que nunca conseguirá ser aplicada aos seus alunos, nos tempos atuais.

E, pelo amor de Deus, tenho ouvido de alguns comunicadores que fazemos greve porque não são nossos filhos que serão prejudicados! Será que estes comunicadores acham que nossos filhos não estudam em escola pública, também?  Só falta os mesmos fazerem coro com o prefeito, quando um pai de aluno foi reclamar sobre a greve: "Matricule seu filho em escola particular!"

Nós, educadores, sempre nos preocupamos com o bem estar de nossos alunos. Afinal de contas, trabalhamos por vocação; não somos mercenários do saber. Precisamos lutar pela nossa dignidade!


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