ACORDEM, EDUCADORES!
Em 2011, a nossa greve durou 61 dias.
Depois de constatarmos que a única solução era entrarmos na justiça contra o
poder público, retornamos, até porque achamos que estaríamos nos prejudicando e
prejudicando nossos alunos. Dois anos depois, estamos vivendo uma situação
semelhante, porém, mais fragilizados, dada a morosidade do sistema judicial
neste país, principalmente quando se trata do trabalhador da educação; o que
faz com que o educador não tenha a esperança de que algo venha dar certo,
levando-o a não entrar de peito aberto em qualquer espécie de movimento
paredista.
Acho que deveríamos refazer as nossas
reivindicações: Cobrar da administração o pagamento do reajuste de 7,97% retroativo
a janeiro/2013, autorizado pelo governo federal; e não a inflação acumulada e
nem tampouco os 5% em Março e mais 5% em Julho. Afinal de contas, a
administração já vem recebendo a verba do FUNDEB, reajustada na média de 13% ao
mês. Direito é direito. Se nós não fecharmos a cara agora e não partirmos para
esse “radicalismo”, não seremos, jamais, respeitados.
E como não bastasse tanta descrença, o “patrão”
começa a usar artifícios espúrios na tentativa de desmobilizar a classe,
jogando-a contra a comunidade escolar, ameaçando o corte do ponto e
aterrorizando os professores contratados. É sabido que não há professores
habilitados desempregados em lugar algum. O que poderia acontecer com aquele professor
contratado que apoiasse tal movimento? Ser demitido? E depois? Como o município
iria fazer? Reiniciar as aulas sem aqueles “demitidos”? Como? Até abrir um novo
edital de convocação ... O prefeito e a secretária de educação sabem dessa
realidade. E sabem também que cortando o ponto dos professores, desobrigam os
mesmos a reporem a carga horária perdida. E assim, para substituí-los vai sair
50% mais caro...
O professor contratado também sabe,
mas, infelizmente, temos que admitir: Eles estão fraquejando ... Como
desconhecem a sua importância, o seu valor!... Se não fossem necessários nunca
teriam sido contratados pela prefeitura. Nesse pacote alguns efetivos também
estão. E o pior de tudo isso é que serão cada vez mais desvalorizados e jamais
serão reconhecidos.
É muito comum ouvirmos dos nossos pares
que o professor nunca foi valorizado, porque a classe é desunida... É isto
mesmo! Principalmente no momento de uma greve pelos nossos direitos, alguns
acabam se deixando dominar pelo medo, pelo assédio moral através daquelas “cartinhas”
... E assim, fazem exatamente o que os governantes querem, contribuindo para a
reprodução de vaquinhas de presépio; ideologia esta, que nunca conseguirá ser
aplicada aos seus alunos, nos tempos atuais.
E, pelo amor de Deus, tenho ouvido de
alguns comunicadores que fazemos greve porque não são nossos filhos que serão
prejudicados! Será que estes comunicadores acham que nossos filhos não estudam
em escola pública, também? Só falta os mesmos fazerem coro com o prefeito, quando um pai de aluno foi reclamar sobre a greve: "Matricule seu filho em escola particular!"
Nós, educadores, sempre nos preocupamos
com o bem estar de nossos alunos. Afinal de contas, trabalhamos por vocação;
não somos mercenários do saber. Precisamos lutar pela nossa dignidade!
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