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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

POSTO DO ARREPENDIMENTO


Chego ao PA com a minha filha, ao colo, dormindo; que supostamente teria arranjado uma Virose. Acompanhava-me a minha esposa, carregando bolsa e sacola com objetos de última necessidade. O médico, ao nos chamar, nos diz: - Só pode entrar um acompanhante para não "tumultuar o meu plantão". Resolvemos fazer de conta que não o ouvimos diante do óbvio. Depois de sermos "pessimamente mal atendidos", encaminhamo-nos à sala de medicação (Soro). 

Até que enfim, fomos bem atendidos por uma enfermeira que, carinhosamente, arrancou um sorriso dos lábios daquela criança sisuda, triste, de tanto fazer vômito e sentir dores de barriga, espetando aquela veia de uma forma tão magistral que ela nem sentiu aquela pinicada.

Enquanto o soro com plazil acalentava o sono de minha filha, fiquei a observar uma funcionária que limpava(?) o chão daquela enfermaria. Fiquei abismado com a incompetência daquela serviçal que em momento se quer se prestou a arredar aqueles leitos vazios sobre rodas, para uma limpeza mais completa. No balde havia  muita água com água sanitária, mas o pano enrolado naquele rodo permanecia apenas úmido; mais como se varresse que molhasse o chão.

E aquele rodo ia varrendo tudo quanto era sujeira do chão e logo depois, o que foi encontrado, fora jogado numa lixeira de tampa que continha lixo infectado. Outas lixeiras abertas com lixo infectado eram esvaziadas naquela lixeira com tampa e que depois o seu conteúdo era retirado e colocado em um saco que sabe-se lá para onde o mesmo iria depois.

Eu continuava olhando, agora, para o chão da enfermaria e para o corredor do posto de enfermagem que dava acesso a outros setores. Aquele corredor amarelado continuava sujo e talvez até infectado, uma vez que a faxineira continuava a passar aquele pano apenas úmido.

Pouco tempo depois, as luzes foram se apagando. Está certo. É preciso economizar energia elétrica. Afinal de contas já passava da meia-noite e boa parte dos poucos enfermos já dormiam àquela hora.

De repente, vejo algo se deslocando rapidamente pelo chão em direção ao leito em que a minha filha estava deitada. Sem pestanejar, com a destreza de um carateca, pisei naquele inseto pavoroso que agora jazia, amassado, soltando escrementos por todos os poros. Era uma barata.

É numa hora dessas que penso: Quando se tem um plano de saúde, evita-se passar por tais aborrecimentos. Mas penso também que sou um contribuinte e devo cobrar qualidade no serviço público.

Mas, mesmo assim, obrigado a você, enfermeira anônima, pelo seu carinho.

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