O PROFESSOR QUE VOOU...
Há muito tempo vinha acalentando o sonho de fazer um passeio a Foz do Iguaçu (PR), onde reside a Cidinha, minha irmã. Mas a ideia da lonjura do lugar e outros motivos, que também não justificam, incluindo-se a isso o " ter que pegar um avião", faziam com que fosse empurrando com a barriga.
Finalmente, depois de várias buscas de preços e quase me acostumando com ideia de viajar de ônibus, aceitei a empreitada da minha primeira experiência de vôo. Comprei minha passagem aérea com conexão em Guarulhos(SP), classe econômica ... coisa de profe$$or.
Desta forma, dirigi-me à cidade de Contagem, casa da Dorinha, minha outra irmã, onde pernoitei e as 6 e 15 da matina, de sexta-feira, chegava eu, conduzido pelo Tião, casado com a Dorinha, ao aeroporto de Confins.
Depois de me despedir dele, entrei naquele aeroporto com a cara e a coragem daquele que "quem tem boca vai a Roma" e fui me informando dos procedimentos necessários para estar dentro de um avião. Tão logo assentei-me dentro daquele "trem grande", com mais de 150 assentos, sob o aviso do comissário que sairíamos em seguida, pedi a Deus pela minha vida e das demais pessoas que ali estavam e em poucos minutos já estava no ar, olhando pela janela a pequenez do mundo que eu deixava para trás.
Em seguida, uma aeromoça (ô antiga, hein?) que mais parecia com uma aeromulher, naquelas madeixas loiras e de voz suave, oferecia-nos água e ao mesmo tempo, agradecia-nos como se nós estivéssemos fazendo-lhe um favor... Após 1 hora e quinze minutos de vôo, o piloto avisava-nos que iriamos aterrizar. Naquele momento, resolvo olhar da janela e não via nada, senão aquele manto branco de nuvens e senti que aquela aeronave começou a balançar, como se estivesse passando por aquelas ruas emburacadas de Monlevade, e pensei: pô, ate aqui, TT?!! Arrisquei uma olhada para as asas do avião onde se lia : no step (não pise) e pensei... coisa mais sem sentido... E me veio uma dor nas têmporas esquerda, achando que a minha cabeça ia explodir ... Naquela minha distração, apenas senti as rodas tocarem no solo paulista ... e um grande alívio.
Tão logo desci do avião, procurei alguém que me desse alguma informação sobre as minhas bagagens. Disseram-me que elas seguiriam para a próxima conexão, ao que como todo bom mineiro, indaguei insistentemente: tem certeza? Posso ficar tranquilo? Depois de ligar para a minha filha Luanna, mais experiente em viagens aéreas que eu, para saber se a quela dor era normal, senão eu teria que ligar para o Dr. Maxwell, meu amigo-cardiologista, para saber se era problema de "pressão arterial"...
Sabendo que aquilo era "normal", tranquilizei-me.Por ali mesmo fiquei aguardando por mais duas horas o vôo para Foz. O estômago iniciou uma verdadeira sinfonia, pedindo algo para preenchê-lo. Dirigi-me a uma lanchonete mais próxima e comi com os olhos aquele pão de queijo, metade daqueles do da Tia Eliana, por R$6,50 a unidade; o que me fez perder, definitivamente, a fome. Peguei o meu livro e retomei a leitura até que fôssemos chamados para o embarque.
Uma doce voz era ouvida: "Senhores passageiros com destino ... sigam em direção ao portão 27. A fila da direita será destinada aos passageiros classe Rubi, Diamante ... Os da classe econômica, na fila do meio sendo os de poltronas tanto a tanto e os de tanto a tanto, a fila da esquerda". Assim, por ordem, entramos no avião. Ao chegar à minha poltrona, um casal de francês, impedia-me de chegar ao assento da janela, e como eles não entendiam que eu queria passar, saquei um "com lissons", dentro do que havia aprendido há mais de 40 anos. A mulher se levantou e em seguida, o homem, pendurado no bagageiro de cima, abria as asas para eu passar, ao que quase me fez voltar, dada a fedentina de cc que exalava de suas axilas. Assentei-me e aquele " fedor" levou-me a pensar alto: " PQP, como fede esse sovaco ..."; ao que de imediato, recebi a sua réplica: Sava bien, merci. Então, para encerrar aquele assunto, que não daria em nada, disse-lhe: Je ne parlez français ... O Francês, depois de um "oui, oui..." desistiu de mim e passou a dialogar somente com a sua companheira.
Durante aquelas últimas 1 hora e quinze de voo, fechei os olhos, voltando a abri-los ao ouvir que já estávamos chegando a Foz. De repente, meio acordado, olhei da janela e deparei que o avião estava "parado no ar" e veio-me aquela impressão que algo de errado já havia acontecido comigo e os demais passageiros e que já estávamos na porta do céu ... E, mais que "derrepente", as asas da direita se levantou e vi aquela aeronave se curvando e em seguida, descendo, descendo, descendo ... enfim, já estava aterrizando nas terras paranaense... e logo as minhas suspeitas se desfizeram: a minha bagagem estava vindo na esteira, em minha direção ... a minha mala e o queijo minas da Cidinha estavam sãos e salvos. O legítimo pão de queijo estava garantido. Agora, era só correr pro abraço.
Vocês, querem saber como será a volta? Nada ... Não terei mais novidades para contar. Já sou um cara experiente em viagens aéreas, hehehehehehehe ... A propósito: Fui um dos últimos a entrar no avião. Um dos primeiros a sair. Aqueles que entraram primeiro por causa da sua classe devem ter sido os últimos, pois só permitiram que saíssemos pela porta traseira da aeronave...hehehehehehehehe
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