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terça-feira, 26 de março de 2013



VIA-SACRA DO EDUCADOR



O trabalhador  se vê à mercê de um sistema econômico chamado capitalismo. Esse sistema impõe ao homem a escravidão e a dependência total do dinheiro. Muitos para consegui-lo abrem mão do conforto modesto de sua casa, do carinho dos filhos e esposa para encarar uma jornada dolorosa. Justamente nesse grupo encontram-se os educadores, que não desistem do que fazem, até mesmo porque o magistério também é uma vocação, um dom. Por outro lado, como vítimas deste capitalismo selvagem precisam lutar por melhores salários, uma vez que os mesmos necessitam de sobreviver também.  E assim, desvalorizados pelo sistema e pela sociedade, muitos acabam encontrando dor e sofrimento na sua via crucis:


1ª Estação: Eu fui condenado por ter escolhido o exercício do magistério, quando a mesma era uma das profissões mais dignas e respeitadas por toda a sociedade, embora não me valorizasse financeiramente.
2ª Estação: Eu recebi com amor a minha “cruz”:  alunos indisciplinados e de famílias desestruturadas , baixos salários  ... Enquanto muitos pais já abandonaram a sua cruz, eu a abraço e a assumo com amor, porque essa é a minha missão.
3ª Estação: Por mais que eu me dedicasse àquela cruz, o seu peso fez com que eu caísse, porque o que pesava, na realidade, era a minha preocupação com o aprendizado de meus alunos. Entretanto, encontrei forças para me levantar.
4ª Estação: Encontrei com a minha mãe e seu olhar de amor foi um conforto para mim. Ela me viu também como uma “mãe”, porque muitas vezes ela teve que me entregar nas mãos dos meus professores ... e confiar.
5ª Estação: Na minha caminhada, encontrei um sindicato que me ajudou a carregar a minha cruz ... Ele não podia carregá-la por mim, mas me deu apoio  sofreu comigo...
6ª Estação: Os bons alunos enxugaram as minhas lágrimas. Eles compreenderam todo o meu sofrimento e estiveram do meu lado o tempo todo, identificando-se  comigo.Tornamo-nos grandes amigos.
7ª Estação: Eu caí novamente. Meu sofrimento foi ainda maior porque simboliza as faltas de reajustes e de aumentos salariais. Mas eu me levantei novamente, porque entendia que, apesar de toda a minha fraqueza, eu precisava continuar a minha caminhada.
8ª Estação: Encontrei com as bondosas mães de meus alunos que se compadeceram de mim, querendo amenizar o meu sofrimento. Então eu disse-lhes: “ Não chores por mim. Chorem por vocês mesmas e sobre os seus filhos”.
9ª Estação: Exausto, eu caí pela terceira vez. Já estava quase sem forças e o meu “patrão” se aproveitou desta minha situação. Mesmo sabendo que as leis foram alteradas numa tentativa de me valorizar, decidiu por desconheceram-nas e me deu as costas.
10ª Estação: Como  o meu patrão não quer me dar mais nada, vem tentando  retirar todos os meus direitos e vantagens conquistadas ao longo dos anos ... Mas não conseguirão, enquanto a minha honra e a minha dignidade se fizerem presentes na minha luta do dia a dia.

... Por quanto tempo mais teremos que agüentar tanto sofrimento e tanto descaso dos governantes, desde a esfera federal até a municipal, e sua conivência com todas  essas práticas imorais para com os educadores de nosso país?

... Enfim, não posso dar continuidade à escrita desta triste página da minha história, porque  nenhum sofrimento se iguala ao Daquele que foi crucificado, morreu, foi sepultado, subiu aos céus e ressurgiu dos mortos. Mas, uma coisa é certa: Todos nós seremos julgados por Ele, inclusive vocês, senhores governantes.

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