MONLEVADE, POETISA
Poesia escrita em 1978, premiada no Concurso de Poesias, organizado pelo saudoso Prof. Guido Valamiel. É pena que a mesma não reflete o que a nossa cidade é, na atualidade. Por ouitro lado, eu também não consegui ser poeta até hoje! A foto abaixo, é da figura folclórica do Senhor Enéas, tocando uma flauta cunhada pelas suas próprias mãos. Esta sim, é eterna!
Trago no peito a marca.
Carimbo do ferro em brasa.
Sou enxerto de cimento armado
Para as estruturas da casa.
Trago nas estruturas do peito,
o carimbo do ferro em brasa.
Sinto a luta dos homens
detrás do cimento armado.
Projeto-me do céu de estrelas,
unindo-me à cidade, fecundado.
Depois de semente, racho a terra.
Não sou o monstro que aterra.
Sou caule verde enraizado:
O alimento na terra guardado.
Varo as paredes da solidão,
Marcando pessoas como brasa
Deixando saudades pelo chão.
Qualquer terra tem poeta.
E Monlevade já me injeta
Aquela vacina que combate:
Angústia, neurose e desgaste.
Criar um poema eu tento...
(Inspiração não se acha, se constrói!)
A cidade cresce...
O trabalho do homem a enobrece.
É a marcha de um batalhão.
E o progresso como refrão.
E destruo:
Versos,
Estrofes
E frases...
A cidade, ali, parada se constrói,
Intercalada em minhas fases...
Desisto, não sou poeta...
Monlevade sim,
Corre poetisa, enluarada por aí.
Afonso Alves Ferreira
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