E AINDA SOMOS NÓS… CEJM 1973
Dizem
que o tempo passa...Mentira. O tempo corre, tropeça, dá risada, muda o cabelo
da gente... Aqui, cada rosto traz um passado comum e um presente singular. Há
cabelos brancos onde antes havia pressa. Há olhares mais profundos, sorrisos
mais conscientes, abraços que dizem mais do que palavras. Este reencontro é
mais do que nostalgia. É gratidão.
Gratidão
pela vida que nos permitiu chegar até aqui. Pela amizade que sobreviveu à
distância. Pela certeza de que, mesmo depois de tantos anos, ainda pertencemos
uns aos outros.
Reencontramos
não apenas para recordar, mas para celebrar. Celebrar a escola que nos uniu, as
amizades que resistiram ao tempo, as histórias que nos marcaram e a fé que, de
algum modo, continuou nos sustentando.
Quarenta e poucos anos depois, continuamos a olhar
uns para os outros e pensamos: “Eu conheço esse rosto… só não lembrava que ele
vinha com cabelos grisalhos, óculos, dores na lombar e histórias repetidas.”
Aqui estamos nós: um ex-professor de alguns - aquele
que roubou o coração de sua ex-aluna - com outros que dividiram cadernos,
merendas, castigos, risadas proibidas e aquela sensação de que a vida começava logo
depois do portão da escola.
Havia os quietos, os falantes, os líderes, os
que só seguiam e os que nunca seguiram regra nenhuma - e continuam firmes nesse
ministério até hoje. Na sua maioria, quase que absoluta, muito estudiosos.
Disputavam para ganhar o título de CDF...
A vida nos levou para longe, nos testou, nos venceu algumas vezes, nos
ensinou a perder, a recomeçar e, principalmente, a rir de nós mesmos.
E hoje
ela teve a ousadia de nos chamar de volta, dizendo:
“Venham ver o que vocês se tornaram...”
E vieram com histórias de filhos, netos, fé
amadurecida, saudades bem guardadas e gargalhadas que continuam iguais - só um
pouco mais altas, porque agora ninguém precisa pedir silêncio.
Percebemos que o CEJM não foi apenas uma
escola. Foi um ensaio de vida.
Ali aprenderam matemática, português… e a difícil arte de conviver, perdoar,
sonhar e continuar amigos mesmo quando a vida tenta nos desencontrar.
Se alguém perguntar o que aconteceu aqui hoje,
a resposta é simples: Nada demais. Apenas um grupo de jovens de 1973 provando
que a amizade não envelhece - fica vintage.
Que este reencontro não seja um ponto final,
mas uma vírgula animada, dessas que dizem: “Ainda temos capítulos para
escrever.”
E se o tempo insistir em passar rápido, que
ele passe. Nós já sabemos onde nos encontrar.
E se falamos de capítulos para escrever desta história, pensei: é preciso criarmos mais protagonistas desta
história. afinal cada um de vocês é história e ao mesmo tempo, faz parte dela. Por
isso, convido a cada um que esteve aqui e também aqueles que não puderam vir,
para dar a sua contribuição na construção desta história, contando-nos as suas
impressões de tudo que se relaciona com esse grupo CEJM 1973. Desta forma, a
cada reencontro vamos registrar coletivamente as pérolas dos mesmos. Então, vou
terminar essa crônica começando a registrar a minha lavra, na esperança de
receber relatos de vocês para adicionarmos à história abaixo:
ATA OFICIAL DAS AUSÊNCIAS E PRESENÇAS
AO REENCONTRO NA CASA DE SOCORRO
Todo reencontro começa com quem veio, mas, só
fica completo quando a gente começa a falar de quem não veio.
Comecemos por Caetano, ausência sentida
e estrategicamente justificada.
Disse que não veio por motivo de trabalho. Mas há fortes, fortíssimas suspeitas
- quase uma confissão coletiva - de que ele optou por um turno extra… na
companhia de uma nova namorada...Poderia tê-la trazido com ele para a
conhecermos pessoalmente... e não pela foto capturada pelo nosso fotógrafo e
investigador: O Nequinha.
O detalhe constrangedor é que este anfitrião
aqui construiu um elevador especial, inspirado na engenharia suíça, só
para recebê-lo. Eduardo Quaresma, não testou, mas aprovou a ideia e, inclusive,
sugeriu que enviássemos a fatura para o Caiufora, digo, Caetano... Que fique registrado: O amor venceu a
acessibilidade... e, contra o Amor não se pode lutar!
Outra ausência que doeu no coração - e nas
piadas - foi a do mascote oficial do grupo, pai da Mileana, o Fábio Volante.
Mileana não veio com o seu marido Luís, uma vez que ele teria feito uma
cirurgia. Dessa forma, virou babá do Pai e do marido em Divinópolis, uma vez
que o Fábio adoeceu e teve que colocar um marca-passo - Um castigo injusto para
alguém que sempre fez o coração da gente bater… de tanto rir.
Tentamos substituí-lo, mas sejamos honestos: não
houve competência técnica nem espiritual para ocupar aquele lugar. Ele fez
falta. E riu de nós à distância, com certeza
Pena que algumas pessoas que moram em Monlevade não compareceram, porém justificaram; como Dorinha e Juninho, Wilck e Mônica, Girlene, Sãozinga e Marco Aurélio e outros mais...
Mas se alguns faltaram, outros chegaram
causando...
A Ione, por exemplo, apareceu com um vestido
vermelho que fez o reencontro parecer um evento internacional.
A dona da casa - também entrou no clima, porque afinal, nostalgia não combina
com bege.
É sabido que muitas pessoas, diante de tantos
compromissos de fim de ano, fizeram das tripas o coração para estarem presentes
nesse reencontro. A Neidinha e o Gabriel “voaram” de São Paulo, às pressas,
para não perderem a oportunidade de compartilhar a sua alegria conosco...
Diretamente de Curitiba, tivemos Nequinha,
o homem que não só veio para a festa, mas também para o registro histórico
oficial, com um “obrigado!” sempre ao requisitar uma foto e sempre acompanhado
de um bom vinho e na companhia de uma paranaense, que está virando coxa. Fotografou
tudo, filmou tudo, não perdeu um lance, um gole, um olhar suspeito. Se alguém
negar alguma coisa amanhã, saibam: Nequinha tem provas.
E por falar nisso, boa parte das “mocinhas” da
festa tiveram seus pés e algumas pernas fotografadas...
Seria um remake de CINDERELA?
E como todo reencontro precisa de uma história
que ninguém esquece, entra em cena Cida Resende, com o caso do cachorro
vira-latas que mordeu a mangueira de gasolina do seu carro. Um cachorro raro. Um
carro azarado.
Uma mangueira que hoje é difícil de encontrar no mercado, porque, como
aprendemos:
Nem todo cachorro morde mangueira de gasolina... como
disse o João da Ângela.
E, por falar em Ângela, novamente ela ganhou o
troféu de mais animada e, se não tiver música, ela dança assim mesmo...
E não é que a Cida estava inspirada, mesmo?
Ela sabe ser séria quando precisa: Tascou um belo discurso de agradecimento aos
anfitriões, lembrando que as opções vão aumentando cada vez mais de se montar
um reencontro. Já pensaram num bate sem voltar cedo no Rio, em plena Região dos
Lagos e depois seguirmos para Curitiba? O Whgtmam e o Nequinha que nos
aguardem...
Não se pode esquecer a história dos 7 filhotes
de gambá, abandonados num ninho dentro da churrasqueira da casa da Socorro,
durante a limpeza da mesma para a festa de aniversário de sua filha. Qualquer
expert em churrasco vai dizer: Que doideira é essa? Não se lava churrasqueira,
tira-se apenas o excesso as cinzas, coloca-se o carvão e fogo nele... O meio
ambiente agradeceu por 7 vidas salvas... Já pensaram que sabor teria aquele
churrasco?
A Elizete postou lá no grupo que estava
passando mal ...Para a nossa surpresa, ela apareceu, ficou um pouquinho, saiu à
francesa e depois retornou com energias renovadas. Hein ????
Vou parar por aqui mesmo senão ganho uma
alcunha de fofoqueiro, sendo apenas um observador... Tanto é que não posso deixar de registrar a simplicidade, o carinho, o carisma da Alzira do pudim de pão e da feijoada da saudade... E já parei....
Foi nesse nível que chegamos. E foi exatamente
por isso que valeu a pena...
Quarenta e tantos anos depois, percebemos que
envelhecemos…
mas não melhoramos - e isso é um elogio.
Seguimos amigos, seguimos exagerados, seguimos
contando histórias que aumentam a cada reencontro. Seguimos rindo das
ausências, celebrando as presenças e provando que o CEJM 1973 não é apenas um
grupo: É um estado permanente de espírito.
Que o próximo reencontro tenha:
- Caetano presente (ou assumido),
- O mascote com marca-passo e microfone,
- Vestidos ainda mais ousados,
- e histórias ainda menos confiáveis.
Porque, no fundo, é isso que nos mantém vivos, unidos e perigosamente
felizes.
CEJM 1973.
Ainda juntos.
Ainda rindo.
Ainda impossíveis.
Ainda somos nós.
E isso é tudo....