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domingo, 3 de julho de 2011

"Eu, Você, Todos pela Educação"
Recentemente, o Governo Federal passou a usar esse marketing para se referir aos projetos pela educação de qualidade. Tentava-se, na verdade, tapar com a peneira da hipocrisia erros que são mais possíveis de serem consertados, a princípio, de cima para baixo, para depois partir para o coletivo. O governo do Gustavo (também acho quer os Prandini não têm nada a ver com a patacoada que se tem visto por aqui!) também resolveu aderir a tal marca, por meio da qual se procura “atacar” os pais, colocando-os como os maiores responsáveis pela indisciplina e fracasso escolares de seus filhos. Acho, sim, que boa parte da culpa é dos pais, que não foram preparados para os novos tempos auspiciados pela mudança de mentalidade. Muitos colocam uma armadura de proteção nas crianças e nos adolescentes, principalmente por meio da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, impedindo-lhes de continuar a encarar, de frente, as dificuldades para se alcançar uma maioridade responsável. Mas, daí, a fechar os olhos, como toda a classe política, para os problemas emergentes da educação, assumindo uma postura de descaso para com as questões salariais dos professores é o fim da picada; enfim, esquecer de planejar para aplicar o que está escrito na lei desde 2008, é agir como um fora-da-lei.
Os horrores acima mencionados têm contribuído, e bastante, para a desvalorização do EDUCADOR como ser humano e, portanto, digno de respeito. Enfrentamos, “secularmente”, a humilhação de um salário minguado. Muitos dos que hoje detêm o poder não se lembram que, para terem chegado onde chegaram, tiveram que se assentar em um banco escolar e precisaram de um professor.  Pior ainda é quando um professor se assenta em uma cadeira de secretário da educação e não enxerga um palmo à frente do nariz, preocupando-se apenas em atender aos próprios interesses e vaidades, traindo, renegando à sua classe, esquecendo-se de que o “poder” é passageiro.
Somos considerados agentes formadores de opinião. Mas chega uma hora em que nos vemos envoltos em um manto de desesperança, que nos faz chegar a uma deprimente conclusão: se não conseguimos sensibilizar os governantes, aqueles que têm na ponta da caneta uma solução para nossos anseios, o que vamos dizer para nossos alunos quando nos perguntarem o porquê do sucesso ou insucesso de nossa luta?
Essa luta por melhores salários está se transformando em uma válvula de escape da descrença. Descrença nos políticos de todas as esferas, desde os que fazem as leis aos que as executam. Não se pode ter esperança em dias melhores diante do caos em que vivemos. O que se precisa é de respeito humano, sem que haja necessidade de revolta.
Não se pode ter educação de qualidade apenas gerando projetos e planos mirabolantes. É preciso de educadores que se sintam valorizados, alunos receptivos, pais conscientes e governantes comprometidos.  Sendo assim, resta uma pergunta: Se os governantes não estão nem aí, quem está pela Educação? Com certeza, sobrará para nós, sacerdotes sempre de plantão, que a qualquer momento teremos que ser sacrificados na “fogueira da inquisição” por estarmos reclamando de barriga cheia.

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